Aliando o clássico ao contemporâneo, a peça traz uma perspectiva feminina do mito de Sófocles, adaptação de Marcelo Bourscheid, produzido pela Entre 2 Produções para desmistificar e ampliar o olhar sobre as mulheres na história que sempre padeceram sob a tragédia grega, estreia dia 8 de agosto, gratuitamente, no Guairinha, em Curitiba.
Já imaginou misturar música clássica, com o rap, um mito trágico sob a perspectiva das mulheres praticamente esquecidas na história? Essa é a resposta cênica proposta pelo espetáculo Édipo: uma ópera Rap, montagem da Entre 2 Produções, que estreia dia 08 de agosto às 20 horas no teatro Salvador de Ferrante, o Guairinha. A obra é conduzida pela diretora Jossane Ferraz, dramaturgia de Marcelo Bourscheid, direção e composição musical de André Ricardo Souza e direção de movimento com Raphael Fernandes. Todo o processo foi feito de forma colaborativa e conduz o público para um olhar crítico feminino. Ismene e Antígona, representadas pelas atrizes e cantoras Taciane Vieira e Jaquelivre dão voz e corpo às filhas do rei Édipo, o mais infeliz de Tebas, soma-se a elas para narrar a história a cantora lírica Vanessa Rafaelly.
Um dos mais emblemáticos mitos da antiguidade greco-romana, Édipo ainda intriga estudiosos e artistas, e ainda é fonte inesgotável nas artes cênicas para análise das relações entre a cena contemporânea e o imaginário grego. De acordo com a diretora, o espetáculo se fundamenta na transposição dos elementos presentes no mito de Édipo para o contexto contemporâneo, “a base é uma dramaturgia própria resultante em um universo cênico com inúmeras pulsões e imagens poéticas oriundas do mito”, revela Joss. As protagonistas femininas cantoras juntam-se com uma orquestra majoritariamente formada por mulheres, ao corpo de baile – um grupo diverso de bailarinos de diferentes estéticas da dança hip-hop com influências de danças clássicas, jazz e dança contemporânea – agregar força e movimento a esta obra, assumindo, formações diferenciadas em cena e executando coreografias que vem completar o fio dramatúrgico do espetáculo.
“Nosso trabalho tem um caráter híbrido e dialoga com elementos da ópera, da tragédia, do hip hop e seu processo de criação promove a fricção criativa de artistas do hip-hop, músicos e compositores de formação erudita, cantoras líricas, atrizes cantoras, como agentes criativos nesta investigação pela tragédia de Sófocles”, conclui a diretora Jossane Ferraz.
Serviço
ÉDIPO: UMA ÓPERA RAP
Estreia: 08 de agosto 2024 – 20 horas
Dia 9, 16h e 20h.
Dia 10, 16h e 20h.
Dia 11, 19h.
Local: Guairinha – Auditório Salvador de Ferrante
Rua XV de Novembro, 971 – Centro
Ingressos: Gratuitos
Sinopse
Édipo: Uma Ópera RAP
A clássica narrativa de Édipo, o rei tebano que mata o pai e se casa com a própria mãe, é um dos mitos mais conhecidos da antiguidade clássica. No espetáculo “Édipo: Uma Ópera RAP”, essa história é recontada a partir da perspectiva das filhas de Édipo, Antígona e Ismene, últimas remanescentes do legado imemorial de mortes e infortúnios que permeia a família de um dos personagens mais conhecidos da mitologia grega. Apostando na potencialidade do diálogo entre a tragédia grega, a ópera e o rap, esse espetáculo traz um elenco com artistas oriundos de diversas linguagens artísticas (hip hop, canto lírico, rap, dança, música, teatro) para dar voz ao que foi silenciado nesta moderna-antiga história: a voz das mulheres. Édipo, Laio, Etéocles, Polinices e todos os homens dessa história estão mortos. Restam a mulher e sua dor. Restam a mulher e sua voz. Vamos ouvi-las.
Ficha Técnica ÉDIPO: UMA ÓPERA RAP
Direção: Jossane Ferraz
Composição e direção musical: André Ricardo Souza.
Direção de movimento: Rapha Fernandes.
Dramaturgia e orientação cênica: Marcelo Bourscheid.
Produção: Jossane Ferraz e Iara Elliz.
Iluminação: Lucri Reggiani
Cenografia: Jossane Ferraz
Cenotécnico: Reinaldo Silva
Assessoria de Imprensa: Bruna Bazzo
Design Gráfico: Rapha Fernandes
Estagiando: Giovanna Beatriz e Luiz Toniato.
Atrizes/cantoras: Taciane Vieira e Jaquelivre.
Cantora lírica: Vanessa Rafaelly.
MC: Junior Zehut
Bailarines: Gui Negão, FlaPê, Maikinho FlyingBoys, Silvester Neto e Flávia Martins.
Instrumentistas: Denusa Castellain, Dalila Lopes, Violinista Chavosa e Luís Fernando