Agosto Laranja destaca os riscos da esclerose múltipla para a população

"Agosto Laranja destaca os riscos da esclerose múltipla para a população"

Os profissionais de saúde e a comunidade se mobilizam neste mês em torno do Agosto Laranja, dedicado à conscientização sobre a esclerose múltipla (EM). A iniciativa, criada pela AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose, visa desmistificar a doença, promover o diagnóstico precoce, melhorar a qualidade de vida dos pacientes, além de ampliar o conhecimento sobre esta grave condição que afeta milhares de brasileiros.

A esclerose múltipla é uma doença crônica, autoimune e inflamatória que afeta o sistema nervoso central, incluindo cérebro e medula espinhal. “Na doença autoimune, as células de defesa do organismo, como os leucócitos e linfócitos, começam a atacar estruturas próprias como o cérebro e a medula espinhal, em vez de proteger o organismo,” explica o neurologista Dr. Matheus Wasem. Isso resulta na destruição da bainha de mielina dos neurônios, causando sintomas neurológicos que variam amplamente, dependendo das áreas do sistema nervoso central afetadas.

Entre os sintomas mais frequentes estão problemas visuais (embaçamento doloroso da visão ou visão dupla), fraqueza ou falta de sensibilidade de algum membro ou parte do corpo, formigamentos, dormência, dores ou queimações. “Os pacientes também podem apresentar memória ruim, fadiga, cansaço, desequilíbrio, dificuldade para andar, vertigem ou tontura,” acrescenta o médico. “Outros sintomas incluem urgência urinária, incontinência e bexiga presa.”

Impacto na Vida dos Pacientes

Descobrir que se tem EM pode ser devastador, uma vez que a doença não tem cura. “É fundamental acompanhar-se com um neurologista especializado em esclerose. Hoje em dia, existem medicações eficazes, embora de alto custo, que ajudam a controlar a doença e a melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, orienta Dr. Matheus.

Com uma prevalência de 15 em cada 100 mil habitantes, a EM é mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos. “Apesar dos avanços no tratamento, a doença exige um acompanhamento constante e uma abordagem personalizada para cada paciente,” afirma o médico.

Embora fatores como obesidade infantil, estresse e falta de vitamina D possam aumentar o risco de desenvolver esta condição, a prevenção ainda é um desafio. “Mesmo com hábitos saudáveis, a doença pode ocorrer,” alerta. “Portanto, é importante estar atento aos sinais e buscar orientação médica ao primeiro sintoma.”

As limitações impostas pela doença podem ser significativas. “O maior receio dos pacientes é a possibilidade de depender de uma cadeira de rodas ou de cuidados constantes,” observa Dr. Matheus. “Outras limitações podem incluir visão embaçada e comprometimentos mais severos da memória em casos avançados, embora a cegueira e déficits cognitivos graves sejam menos comuns.”

Diagnóstico e Importância da Ressonância Magnética

O diagnóstico da EM segue o critério de McDonald, que envolve a análise dos sintomas do paciente e a realização de exames. “A ressonância magnética é crucial no diagnóstico, pois permite visualizar lesões no cérebro e na medula espinhal,” explica Dr. Matheus. “Em alguns casos, também é necessário coletar líquor da medula e realizar exames de sangue para confirmar o diagnóstico.”

“Ressonância Magnética é o método não invasivo na investigação de imagem que apresenta a maior capacidade de detectar a atividade da doença devido à melhor resolução de contraste. Ou seja, a capacidade de diferenciar as estruturas cerebrais branca e cinzenta, que são pouco diferentes em outros exames de imagem. A ressonância magnética é essencial para detectar lesões muito pequenas na substância branca do cérebro, onde as lesões da esclerose múltipla são mais comuns,” acrescenta o Dr. Bernardo Teixeira, médico neurorradiologista da Quanta Diagnóstico por Imagem. “Além disso, não utiliza radiação ionizante, o que é uma vantagem significativa para pacientes que precisam de múltiplos exames ao longo da vida.”

Na Quanta Diagnóstico por Imagem, as ressonâncias magnéticas são realizadas por subespecialistas em neurorradiologia, altamente especializados em determinados segmentos do corpo. “Dividimos a radiologia em subespecialidades, garantindo uma análise detalhada e precisa das imagens do encéfalo e da coluna,” destaca Dr. Bernardo. “Isso resulta em laudos mais precisos e, consequentemente, em um melhor tratamento dado pelo médico solicitante”, finaliza.

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