Dia do Solteiro: como a tecnologia transforma relações amorosas

Professor do UniCuritiba explica quando foi que as redes sociais virtuais, os aplicativos de namoro e os jogos online assumiram o papel de “cupido”

A solteirice está em alta no Brasil. Um levantamento do IBGE mostra que o número de solteiros supera em quase 30% o de casados no país, justificando as celebrações do Single’s Day em 15 de agosto.

Nos Estados Unidos e na Europa, segundo a Euromonitor Internacional, os solteiros também são maioria e a taxa deve crescer em mais de 20% no mundo até 2040.
Estudioso e docente nas áreas de Planejamento Estratégico, Pesquisa de Mercado, Inteligência Artificial e Sociedade 5.0, o professor Sérgio Czajkowski Júnior diz que não há como entender os tempos atuais sem fazer conexão com a tecnologia. “A revolução digital impactou nosso comportamento de diferentes maneiras, em especial na forma como o jovem se relaciona.”

A nova configuração dos namoros passa, primeiramente, pelo fim da pressão por encontrar uma companhia e se casar. Na avaliação do especialista, a cobrança intensa por constituir família, vivida algumas décadas atrás, não tem mais tanto impacto na vida dos mais jovens.

“Com mais liberdade e acesso à informação, as novas gerações não cedem facilmente à pressão social. Além disso, têm uma visão pragmática em relação ao amor romântico e querem a companhia de alguém que satisfaça seus interesses de vida e de futuro”, explica o professor dos cursos de graduação e pós-graduação do UniCuritiba – instituição da Ânima Educação.

Tecnologia e novas relações
Não é apenas o estado civil dos brasileiros que têm mudado. Se antes era necessário ir a baladas ou recorrer à ajuda de um(a) colega ou familiar para conhecer alguém, hoje as redes sociais virtuais, os aplicativos de namoro e até os jogos online fazem a função do “cupido”.

Até os anos 1980, os amigos eram os principais responsáveis pela aproximação de casais. O local de trabalho era o segundo colocado no ranking, seguido dos barzinhos, da família, dos vizinhos e da faculdade.

A escalada dos meios online começou nos anos 2000, quando as ferramentas tecnológicas assumiram protagonismo. Em 2010, a tecnologia se tornou a principal forma de conexão humana e, atualmente, mais de 60% dos relacionamentos se dão de forma virtual.

O professor Sérgio Czajkowski Júnior trata deste tema em suas aulas e provas. “Não tem como escapar da tecnologia. O modelo de felicidade e de namoro mudou. O mundo mudou e vai continuar mudando. Se está melhor ou pior, não se pode afirmar categoricamente. A única certeza é que está diferente. Antes, era preciso conversar pessoalmente para conhecer melhor uma pessoa. Hoje, é só recorrer à tecnologia e às redes sociais.”

Vantagens e desvantagens da tecnologia
Pesquisador nas áreas de Comportamento e Negócios Digitais, Sérgio Czajkowski Júnior diz que a principal vantagem da tecnologia é a facilidade de comunicação – especialmente se comparada aos tempos do namoro por cartas. “Hoje, a interação e a manutenção dos relacionamentos são mais fáceis e até as pessoas que se conheceram pessoalmente têm o suporte online para manter a conexão.”

Já a falta de privacidade é uma desvantagem. “As redes sociais criam a falsa sensação de segurança quando, na verdade, ela não existe. Estamos o tempo todo expostos porque nossos dados circulam livremente. Mesmo com a legislação de proteção aos dados pessoais, há risco de usarem nossas informações de forma indevida”, avalia o professor do UniCuritiba.

Outro ponto negativo é o isolamento social. “O vício de se relacionar apenas por meio de plataformas digitais pode interferir na saúde mental e na qualidade dos relacionamentos. Ainda que seu uso seja indiscutível e irreversível, a tecnologia em excesso deixa de ser saudável”, completa o especialista, citando como exemplo os casos de pessoas que, depois de anos de relacionamento virtual, descobrem que o companheiro ou a companheira “do outro lado da tela” não era quem dizia ser.

Solitude X solidão
A decisão de ficar solteiro não é sinônimo de solidão. O professor Sérgio Czajkowski Júnior diz que as pessoas confundem solidão e solitude. No primeiro caso, a pessoa sofre por estar sozinha. Já a solitude é a escolha de estar só e não provoca tristeza.
Segundo o especialista, muita gente “funciona” bem de forma individual e não se sente mal por viajar sozinho ou não ter uma companhia para o cinema. “Esse caso nada tem a ver com desilusão amorosa, é apenas uma questão de preferência, de conexão intensa consigo e de respeito à individualidade. Não tem certo ou errado. Ser solteiro pode ser uma escolha consciente e não significa a ausência de pretendentes ou relacionamentos cíclicos falidos”, finaliza.

Sobre o UniCuritiba
Com mais de 70 anos de tradição e excelência, o UniCuritiba é uma instituição de referência para os paranaenses e reconhecido pelo MEC como uma das melhores instituições de ensino superior de Curitiba (PR). Destaca-se por ter um dos melhores cursos de Direito do país, com selo de qualidade OAB Recomenda em todas as suas edições, além de ser referência na área de Relações Internacionais.

Integrante do maior e mais inovador ecossistema de ensino de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima, o UniCuritiba conta com mais de 70 opções de cursos de graduação em todas as áreas do conhecimento, além de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Possui uma estrutura completa e diferenciada, com mais de 60 laboratórios e professores mestres e doutores com vivência prática e longa experiência profissional. O UniCuritiba tem seu ensino focado na conexão com o mundo do trabalho e com as práticas mais atuais das profissões, estimulando o networking e as vivências multidisciplinares.

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