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Parar de fumar: recomendações para pacientes determinados a superar o desafio

Parar de fumar: recomendações para pacientes que querem enfrentar esse desafio
andreia@moglia.com.br

Tabagismo é a principal causa do câncer de pulmão; Região Sul é a que apresenta maior incidência da neoplasia

Parar de fumar: recomendações para pacientesque querem enfrentar esse desafio
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O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão e diversos outros tipos de neoplasias, como as que atingem a boca, esôfago, pâncreas, rim e bexiga, assim como doenças cardiovasculares, como infarto, AVC e pulmonares, como o enfisema. Além disso, está relacionado a causas de impotência sexual e à infertilidade, osteoporose e catarata. Por causa deste cenário desafiador, a campanha Agosto Branco é dedicada à conscientização e prevenção dessa doença oncológica.

“Sabemos que, por serem produtos indutores de dependência, interromper o tabagismo é um desafio muito grande para todos os pacientes que buscam abandonar o consumo”, frisa o oncologista clínico Elge Werneck Araújo Junior, da Oncoclínicas Curitiba. O especialista destaca que, além de ser um vício com fortes componentes químicos, existe um grande peso do hábito nessa situação. “Os tabagistas, por exemplo, que fumam em vários horários do dia, costumam dizer que após tomar um café ou depois de uma refeição, a vontade de fumar aumenta. Outros ainda atribuem o desejo aumentado em momentos de ansiedade durante o trabalho”, complementa.

A partir do entendimento desses mecanismos, o oncologista oferece algumas orientações:

  1. O primeiro passo para deixar de fumar é querer parar. Portanto, amadureça a mentalidade antes de seguirna modificação de costumes ou do uso de medicamentos.
  2. Como há um grande componente comportamental no ato de fumar, é preciso evitar certas práticas rotineiras que podem desencadear essa vontade, como tomar um cafezinho após as refeições. Fuja de comportamentos que possam levar a esse hábito.
  3. Após ter optado por parar de fumar, e estar decidido e consciente a abandonar o que induz ao fumo, converse com seu médico. Há uma série de medicamentos que podem auxiliar nesse processo. Terapias repositoras de nicotina para facilitar esse desmame, associadas a drogas ansiolíticas, são ferramentas adjuvantes muito úteis nessa luta contra o tabagismo.
  4. Atividades físicas, especialmente emcontato com ar livre e natureza, tendem a aliviar o estresse, minimizar processos ansiosos e, consequentemente, facilitar nessa jornada.
  5. Uma dica extra: bebidas alcoólicas e outras drogas podem interferir na sua consciência transitoriamente, levando a retomada de algumas condutas. Portanto, evite, em especial se souber que esse é um gatilho para manutenção do tabagismo.

Região Sul tem maior incidência do câncer de pulmão

O câncer de pulmão deve registrar no país 14 mil novos casos em mulheres e 18 mil em homens, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), havendo uma relação direta com o tabagismo. Conforme estimativa da Fundação do Câncer, se mantido o atual padrão de consumo de tabaco, até 2040, a neoplasia no Brasil deve crescer 65% e a mortalidade 74%.

O levantamento mostra que a Região Sul é a que apresenta maior incidência, tanto em homens, com cerca de 24 novos registros a cada 100 mil habitantes, quanto em mulheres, com em média 15 casos para cada 100 mil.  A média nacional é de 12 ocorrências por 100 mil habitantes para homens e nove para mulheres.  “Quando falamos sobre tabagismo, é importante reforçar que isso inclui o cigarro tradicional, cachimbo, charuto, mascar fumo, além de cigarros eletrônicos, narguilé e maconha. Todos são cancerígenos e seus riscos são enormes”, alerta Elge Werneck Araújo Junior.

O câncer de pulmão é uma doença oncológica que costuma ser descoberta já em estágio avançado. No entanto, a tomografia computadorizada do tórax, com baixa dosagem de radiação, tem sido capaz de identificar precocemente nódulos suspeitos e, com o diagnóstico em estágios iniciais, contribuir para diminuição da mortalidade da neoplasia.

É um exame indicado aos pacientes tabagistas ativos, ou que tenham deixado de fumar nos últimos 15 anos, com idade entre 50 e 80 anos e com um consumo de no mínimo 20 maços/ano. O cálculo é feito levando em conta o número de maços/dia multiplicado pelos anos de tabagismo – ou seja, um paciente que fumou uma carteira ou duas carteiras/dia por 10 anos e assim em diante. Para esses indivíduos, a recomendação é a realização anual da tomografia de tórax que permite o diagnóstico em fases mais iniciais quando é possível atingir taxas de sobrevida de 80%.

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