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Casos de Herpes Zoster aumentam mais de 35% no pós-pandemia

A vacinação é a principal medida de prevenção para essa doença que afeta jovens e idosos

Os casos de Herpes Zoster, também conhecido como “cobreiro”, aumentaram em 35% após o início da pandemia do coronavírus, de acordo com um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (MG). Esse dado apoia a teoria de que a Covid-19 pode elevar o risco de desenvolvimento da condição, causada pelo mesmo vírus da catapora e que provoca lesões dolorosas e coceiras.

Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Elisa Lino, a  Herpes Zoster é causada pela reativação do vírus varicela-zoster, o mesmo que causa a catapora, sendo que após a infecção inicial, o vírus permanece dormente no organismo e pode se reativar anos depois, especialmente em situações de estresse ou quando o sistema imunológico está comprometido. “A pandemia de COVID-19, com seu impacto significativo na saúde física e mental da população, é um fator que tem contribuído para essa reativação. O isolamento social, o aumento da ansiedade e o próprio vírus da COVID-19, que pode enfraquecer o sistema imunológico, são alguns dos elementos que têm sido associados ao aumento dos casos”, explica.

Importância da vacinação

Diante desse cenário, a vacinação contra o Herpes Zoster se torna ainda mais importante, já que a doença pode causar complicações graves, especialmente em idosos e pessoas com condições crônicas de saúde, como diabetes e hipertensão. “Além das complicações que a doença pode causar, a dor associada ao  Herpes Zoster, conhecida como neuralgia pós-herpética (NPH), pode ser debilitante e persistir por meses ou até anos após o desaparecimento das lesões cutâneas”, conta Elisa.

A enfermeira explica que a vacina contra a Herpes Zoster é a principal medida preventiva, sendo recomendada principalmente para pessoas com 50 anos ou mais, mas sua importância também se estende a adultos mais jovens, especialmente aqueles com fatores de risco para a reativação do vírus. “A vacinação tem se mostrado eficaz na redução da incidência da doença e na mitigação das suas complicações, sendo igualmente importante que a população tenha uma maior conscientização sobre esse vírus e a importância da vacinação. Com o aumento dos casos pós-pandemia, é fundamental que tanto os idosos quanto os mais jovens considerem a vacinação como uma medida preventiva essencial para a sua saúde e bem-estar”, reforça.

Shingrix: uma vacina eficaz na prevenção da herpes-zóster

A Shingrix é uma vacina recombinante e adjuvada, desenvolvida especificamente para prevenir a Herpes Zoster e suas complicações, sendo recomendada por autoridades de saúde e se destaca como uma das vacinas mais eficazes disponíveis contra essa condição. “Uma das características que diferencia Shingrix de outras vacinas é sua alta eficácia, uma vez que estudos clínicos demonstraram que ela oferece mais de 90% de proteção contra a Herpes Zoster em todas as faixas etárias, incluindo pessoas acima dos 70 anos. Além disso, a eficácia da vacina mantém-se elevada mesmo anos após a vacinação, o que é fundamental para uma proteção prolongada”, explica Elisa Lino.

Além disso, a enfermeira reforça que a Shingrix também mostrou uma eficácia superior na prevenção da neuralgia pós-herpética, uma complicação dolorosa e debilitante que pode ocorrer após um episódio de Herpes Zoster. “A Shingrix é composta por glicoproteínas recombinantes do vírus varicela-zoster, combinadas com um adjuvante chamado AS01B, que estimula uma resposta imunológica robusta. A vacina é administrada em duas doses, com intervalo de 2 a 6 meses entre as aplicações. Essa dupla dose é essencial para garantir a eficácia duradoura da proteção”, afirma.

Sobre os efeitos colaterais, Elisa reforça que a vacina é considerada segura e bem tolerada, com efeitos colaterais leves a moderados que podem incluir dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça e febre, porém esses efeitos geralmente desaparecem dentro de poucos dias. “A Shingrix é altamente recomendada para adultos com 50 anos ou mais, independentemente de terem tido um episódio prévio de herpes zoster ou de terem recebido a vacina anterior, Zostavax. A vacinação com Shingrix é uma medida preventiva importante, especialmente no contexto atual de aumento dos casos de herpes zoster pós-pandemia de COVID-19”, finaliza.

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