O uso de suplementos sem orientação médica pode prejudicar a saúde do pâncreas e aumentar o risco de doenças graves
Neste mês, o Setembro Roxo traz uma questão crucial de saúde: o câncer de pâncreas. Esta doença, muitas vezes silenciosa e de difícil diagnóstico, requer atenção especial devido à sua agressividade e aos desafios na detecção precoce. A Dra. Larissa Maria Macedo Lopes, oncologista clínica do IOP (Instituto de Oncologia do Paraná) – CRM 31241/PR RQE 20469 – ressalta que “o câncer de pâncreas é uma das neoplasias mais desafiadoras que enfrentamos, tanto pela complexidade do diagnóstico quanto pela limitação das opções terapêuticas disponíveis.”
Essa enfermidade apresenta diversos fatores de risco, incluindo idade avançada, tabagismo, histórico familiar, obesidade, diabetes mellitus, pancreatite crônica, exposição ocupacional a toxinas, síndromes hereditárias, dieta rica em carne vermelha e consumo excessivo de álcool. “Compreender esses fatores de risco é fundamental para a prevenção e detecção precoce da doença”, enfatiza a Dra. Larissa. Pacientes com histórico familiar ou síndromes genéticas devem ser especialmente cautelosos e podem se beneficiar de programas de rastreamento.
Outro fator de alerta muito importante e cada vez mais comum é a suplementação sem orientação médica que pode trazer riscos significativos à saúde do pâncreas e de outros órgãos. O excesso de vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K, ou minerais como ferro e selênio, pode levar à toxicidade, resultando em inflamação ou pancreatite. Suplementos também podem interagir com medicamentos e afetar a função pancreática ou a absorção de nutrientes essenciais. Além disso, alguns suplementos podem estar contaminados com substâncias tóxicas. Para garantir a segurança, é fundamental que a suplementação seja feita apenas quando necessária e sempre com a orientação de um profissional de saúde.
A detecção precoce do câncer de pâncreas é particularmente difícil devido à falta de sintomas específicos nas fases iniciais e à localização anatômica do órgão. No entanto, estratégias de rastreamento para indivíduos de alto risco, como exames de imagem avançados (ressonância magnética, ultrassonografia endoscópica e tomografia computadorizada), biomarcadores e acompanhamento de lesões císticas, podem ajudar a identificar a doença mais cedo. “A detecção precoce pode melhorar significativamente as chances de um tratamento bem-sucedido, mas é essencial que os pacientes e médicos estejam atentos aos sinais de alerta”, explica a Dra. Larissa.
Os sintomas do câncer de pâncreas podem incluir icterícia, dor abdominal ou lombar, perda de peso inexplicável, náuseas, fadiga, alterações nas fezes, urina escura, perda de apetite e até mesmo o surgimento recente de diabetes sem fatores de risco conhecidos. “Embora esses sintomas possam ser comuns a outras condições menos graves, é importante que não sejam ignorados, especialmente em pessoas com fatores de risco conhecidos”, alerta a oncologista.
O avanço na medicina tem trazido novas esperanças para o tratamento do câncer de pâncreas. Terapias-alvo e a medicina de precisão, que utilizam perfis moleculares específicos para direcionar o tratamento, têm se mostrado promissoras. Além disso, inovações como imunoterapia, quimioterapia potencializada e avanços em cirurgia minimamente invasiva oferecem novas perspectivas para os pacientes. “Cada avanço é um passo importante para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes com câncer de pâncreas”, destaca a Dra. Larissa.
A prevenção é também um ponto-chave. A adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, prática regular de exercícios físicos, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, são medidas fundamentais para reduzir o risco de desenvolver câncer de pâncreas. Além disso, é crucial que as pessoas sejam cautelosas com o uso de suplementos sem orientação médica, tão difundidos na internet.
O Setembro Roxo é um momento importante para aumentar a conscientização sobre o câncer de pâncreas e destacar a importância da prevenção, detecção precoce e avanços no tratamento. “Quanto mais informados estivermos sobre os riscos e sintomas, maiores são as chances de diagnosticar a doença precocemente e melhorar os resultados do tratamento”, conclui a Dra. Larissa Maria Macedo Lopes.
No IOP, a luta contra o câncer de pâncreas é contínua e comprometida com o bem-estar e a vida dos nossos pacientes. A informação é uma aliada poderosa nesta batalha, e o conhecimento salva vidas.