quinta-feira, 17 outubro 2024
18.2 C
Curitiba

Alimentação e acúmulo de gordura no fígado: saiba o que diz a ciência

Estudo nos EUA mostra que o consumo de fontes de vitamina E ajuda a reduzir o risco de esteatose hepática; especialistas reforçam a importância da alimentação saudável

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein

Uma pesquisa publicada recentemente no periódico Nutrition & Metabolism mostra uma associação da vitamina E com a redução do risco da esteatose hepática – condição marcada pelo acúmulo de gordura nas células do fígado, os hepatócitos.

Tal ligação se deu a partir da análise de dados de 5.757 adultos, incluindo indivíduos com obesidade, vindos da National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), uma grande pesquisa que monitora o estado nutricional da população dos Estados Unidos. Os cientistas também avaliaram exames médicos dos participantes e concluíram que havia maior proteção naqueles que consumiam quantidades adequadas desse nutriente.

“Entre as fontes de vitamina E estão as castanhas, ricas em outras substâncias benéficas”, comenta o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Israelita Albert Einstein. No entanto, é preciso cautela ao comemorar esses achados: ainda que o trabalho traga informações interessantes, não dá para isolar um único nutriente quando o assunto é a doença hepática gordurosa não alcoólica, outra designação para o mal.

Cuidado com os exageros

Assim como não existe um único “herói”, não adianta suplementar vitamina E, como medida preventiva, quando o contexto alimentar é baseado no desequilíbrio. Outro trabalho recente, publicado na revista científica Annals of Hepatology, demonstra um elo entre o consumo excessivo de refrigerante e o aumento no risco do distúrbio no fígado. Os pesquisadores avaliaram os hábitos de 1.759 mulheres e homens mexicanos.

O estudo chega para reforçar que o exagero é o verdadeiro vilão. Da mesma forma como não se elencam nutrientes protetores, tampouco dá para eleger alimentos nocivos. “O que pode promover o armazenamento, tanto de gordura corporal quanto hepática, é o excesso de calorias”, frisa Cukier.

E o cenário piora se os exageros alimentares estiverem acompanhados do sedentarismo. “A obesidade é um dos principais fatores de risco para a esteatose”, afirma o hepatologista Fernando Pandullo, do Hospital Israelita Albert Einstein. Inclusive, a incidência tem crescido junto ao número de casos de indivíduos com excesso de peso. Hoje, estima-se que entre 25 e 30% da população adulta apresente “gordura no fígado”.

O ganho exagerado de peso está por trás de alterações no metabolismo e disfunções hormonais que contribuem para a deposição de triglicérides – uma molécula gordurosa – nos hepatócitos. Tanto que, sobretudo no meio médico, o distúrbio é conhecido como doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica.

Assintomática, ela pode favorecer uma inflamação – a esteatohepatite –, levar à formação de cicatrizes e progredir para a fibrose, desencadeando a perigosa cirrose. “Também está relacionada ao aumento de risco de câncer no fígado”, diz Pandullo.

Para diagnosticar a doença, são realizados exames laboratoriais e o ultrassom. Quem está acima do peso precisa ficar mais atento ao check-up, já que não existem sinais. “O emagrecimento é fundamental ao tratamento e pode reverter totalmente a situação”, comenta o hepatologista.

Estilo de vida saudável

Embora não existam alimentos específicos que ajudem a combater ou a reduzir o risco da esteatose, há indícios, vindos de diversos trabalhos, de que o cuidado com a microbiota intestinal pode impactar no fígado.

“A saúde do intestino reflete o estado geral do organismo”, comenta o hepatologista.  Um cardápio com espaço privilegiado para comida de origem vegetal favorece não só a flora como todo o corpo. Aliás, os médicos enfatizam que de nada adianta ingerir produtos probióticos se a alimentação estiver toda desequilibrada.

Outro destaque em estudos é a Dieta do Mediterrâneo. O plano alimentar junta grãos integrais – fornecedores de carboidrato – frutas, hortaliças, sementes, pescados, laticínios magros e azeite de oliva. Tudo bem dosado. Entretanto, um dos ingredientes mais célebres desse cardápio precisa ficar de fora da alimentação de quem deseja evitar danos ao fígado: o vinho. “Não há espaço para o álcool”, avisa Pandullo.

E, não custa lembrar, a prática de atividade física é mais uma estratégia protetora. Os músculos consomem energia e ajudam a evitar acúmulos gordurosos. A sugestão é escolher o exercício que mais agrada e não ficar parado.

Fonte: Agência Einstein

Destaque da Semana

Ventura Shopping promove experiência multissensorial para crianças ao unir cinema e gastronomia

Com entrada gratuita, Sessão Encantada faz parte das comemorações...

Max Atacadista realiza mutirão de contratações com 100 vagas em Curitiba

Pessoas acima de 18 anos podem se candidatar, basta...

RCP Day em Balneário Camboriú vai ensinar técnicas que podem salvar vidas

Realizado pela construtora J.A. Russi, o evento gratuito ocorre...

A importância da saúde mental no ambiente da logística

O Setembro Amarelo é uma campanha nacional de conscientização...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Popular Categories

Mais artigos do autor