No LANAC, são realizados diariamente uma média de 200 testes de sífilis, com uma taxa de positividade entre 10 a 12%, e 200 exames de HIV, com média de 60 positivos por mês
O recente caso de transplantes de órgãos no Rio de Janeiro, em que receptores foram infectados pelo vírus HIV após o procedimento, trouxe à tona uma questão fundamental: a importância de exames precisos e seguros para o diagnóstico de doenças infecciosas como HIV e sífilis, especialmente em processos de doação e transplante de órgãos.
O bioquímico e responsável técnico do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, comenta sobre a necessidade de um controle rigoroso e o avanço na tecnologia dos exames. “A importância dos exames seguros para doenças infecciosas, como sífilis e HIV, não pode ser subestimada, pois desempenham um papel fundamental tanto na prevenção da disseminação dessas doenças quanto na proteção da saúde pública. É importante fazer o teste em laboratórios que possuam critérios de padrão de controle de qualidade, que garantem a segurança do teste, e equipe capacitada para orientar nos casos positivos, que realizam a liberação apenas com metodologias confirmatórias”, explica.
No caso de doenças como o HIV, um diagnóstico correto pode impactar diretamente a vida do paciente, já que tratamentos antirretrovirais, quando iniciados precocemente, permitem que a pessoa infectada tenha uma vida mais longa e saudável. “Com o avanço das tecnologias de testagem, como os testes de biologia molecular, os laboratórios conseguem detectar infecções mesmo em estágios iniciais. Isso é particularmente importante, pois doenças infecciosas como HIV e sífilis podem não apresentar sintomas logo após a infecção, o que aumenta o risco de transmissão”, afirma o bioquímico.
A importância da precisão e da padronização
Kozlowski conta que no LANAC são realizados diariamente uma média de 200 testes de sífilis, com uma taxa de positividade entre 10 a 12%, o que corresponde a cerca de 600 diagnósticos positivos por mês. Nos exames de HIV, são aproximadamente 200 testes diários, com uma taxa de positividade em torno de 1%, resultando em cerca de 60 casos confirmados mensalmente. “Em casos de testes para HIV, a padronização é rigorosa e, sempre que um resultado positivo é identificado, o exame é repetido para garantir a precisão do diagnóstico e evitar falsos positivos. Lembrando que um falso negativo só pode acontecer se o paciente estiver na janela imunológica, entre 15 a 30 dias depois do contato com o vírus, mas se as medidas de segurança forem padronizadas e seguidas, erro humano é muito difícil de acontecer”, reforça.
Em contextos críticos, como transplantes de órgãos e transfusões de sangue, a precisão dos exames de doenças infecciosas é ainda mais importante. “Os protocolos rigorosos para a testagem de doadores são imprescindíveis para garantir que tanto órgãos quanto tecidos e sangue estejam livres de agentes infecciosos, minimizando qualquer risco à saúde dos receptores. Além disso, a padronização e repetição de testes positivos são práticas adotadas para assegurar que os resultados sejam confiáveis. Isso é fundamental para evitar falsos positivos, que poderiam gerar transtornos e tratamentos desnecessários, e falsos negativos, que poderiam deixar o paciente vulnerável a uma infecção não detectada”, explica.
Acessibilidade
A realização regular e acessível de testes para doenças infecciosas também é uma medida importante de saúde pública. Testagens em massa, especialmente para populações vulneráveis, como trabalhadores da saúde, pessoas que realizam procedimentos de risco e doadores de sangue e órgãos ajudam a mapear e controlar surtos, evitando que essas doenças se espalhem. “Programas de conscientização sobre a importância de realizar exames de rotina ajudam a reduzir o estigma e incentiva mais pessoas a buscar diagnósticos preventivos. Em última análise, a segurança e a precisão dos exames para HIV, sífilis e outras doenças infecciosas não só protegem os indivíduos diagnosticados, mas também as comunidades como um todo. Esse compromisso com a testagem segura e responsável fortalece a confiança nos sistemas de saúde e reflete a responsabilidade coletiva na prevenção de epidemias e na construção de um ambiente de saúde mais seguro para todos”, finaliza Kozlowski.
O LANAC participa de testes de proficiência do Controle Nacional de Qualidade da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, com nota excelente desde 1992 e mantém a certificação ISO 9001/2015 atualizada desde 2004.