MDF ou MDP? Descubra as diferenças que tornam cada composição o material certo para o projeto de marcenaria

 Os materiais não são todos iguais! O arquiteto Bruno Moraes explica quais as principais características de cada um, bem como suas aplicações no décor residencial

O móvel em marcenaria armazena e camufla todos os fios elétricos e aparelhos eletrônicos. As prateleiras colocadas na estrutura em serralheria servem como pequena adega de vinhos. Foto: Luís Gomes

Por mais que soem e até sejam até parecidos esteticamente, existem algumas diferenças cruciais entre o MDF e o MDP. Por isso, é importante entender onde cada um desses materiais se encaixa e como obter um aproveitamento duradouro do mobiliário projetado para os ambientes residenciais. Com isto em mente, o arquiteto Bruno Moraes, que comanda o escritório BMA Studio, revela as principais distinções entre o Medium Density Fiberboard e Medium Density Particleboard (significado das siglas), trazendo dicas e informações baseados nos seus projetos.

MDF x MDP: Diferenças

Uma chapa de MDF é formada por fibras de madeira e resina sintética que resultam em uma massa uniforme. Por apresentar um preenchimento superior, é mais fácil executar cortes em diferentes formatos e direções, principalmente os curvos, em função das frestas e partículas. “Nesses casos, o MDP resultaria em um acabamento irregular e com rebarbas”, explica o profissional.

Produzida em madeira prensada, entre as quais é possível observar frestas com ar, a chapa de MDP se diferencia do MDF justamente neste quesito. Enquanto a primeira constitui uma massa sólida e totalmente preenchida, a segunda permite que esses pequenos espaçamentos acumulem oxigênio.

“Os dois materiais são muito usados na fabricação de móveis diversos e geralmente possuem acabamentos laminados, fazendo com que fiquem idênticos quando os móveis estão prontos. A diferença está nas possibilidades de manuseio e características de utilização”, esclarece Bruno Moraes.

Usos distintos no décor de interiores

Segundo o arquiteto, antes de decidir por um ou por outro, é necessário avaliar para qual finalidade os materiais serão usados. Por si, o MDF é denso, versátil, mais resistente ao atrito, sua superfície lisa aceita bem a pintura e a facilidade no recorte possibilitam criar móveis com design diferenciado e combinações entre os mais diferentes projetos. Porém, Bruno recomenda que deve ser utilizado com cautela em ambientes úmidos, pois em contato com a água é comum ocorrer o estufamento.

Já o MDP é mais resistente ao peso e tem sua melhor aplicabilidade em ambientes úmidos por conta dos espaços entre as partículas de madeira que impedem o rápido estufamento. Por suas características é recomendado apenas para a execução de cortes retos e, em função da sua porosidade, dificulta a remoção e recolocação de parafusos, o que pode desgastar o móvel com mais facilidade.

Em linhas gerais, de acordo com Bruno Moraes, o MDF geralmente é indicado para bancadas, prateleiras ou mesas de centro redondas. “É perfeito também para detalhes delicados como painéis ripados”, destaca. Já o MDP pode ser eleito para as caixarias dos móveis do banheiro ou prateleiras que precisam suportar uma carga mais pesada como armários, guarda-roupas ou dispensas.

É possível utilizar ambos os materiais no mesmo móvel. Por exemplo, o tamponamento e caixas de um armário de cozinha podem trazer o MDP, pois ficarão fixados na parede e em contato com as instalações hidráulicas. Já as portas e gavetas são realizadas em MDF, principalmente se tiver algum detalhe em usinagem ou corte arredondado.

A escolha do acabamento

Em seus projetos, Bruno costuma utilizar o MDF por trabalhar com mesclas entre cores lisas, foscas e com nuances de amadeirado. Ele ressalta que a definição dos materiais depende também das referências solicitadas pelos moradores. “Procuro analisar as características de meus clientes e as preferências na paleta de cores. Também considero que o acabamento deve se conservar bem por, pelo menos, 10 a 15 anos”, enfatiza.

Não é tão simples especificar qual o melhor material, ferragem e custo benefício para a marcenaria. Posto isso, é aconselhável procurar um profissional para ajudar a definir de acordo com o projeto e conseguir montar um orçamento.

Confira abaixo alguns exemplos do uso da marcenaria em MDF e MDP

Responsável por trazer cor e funcionalidade a esta sala e cozinha bem integradas, a marcenaria esconde a geladeira e a área de serviço neste apartamento de 83 m³ e é apenas um de muitos exemplos das soluções possíveis para resolver o décor | Projeto BMA Studio | Foto: Luís Gomes
Aqui, o escritório fica em um lugar privativo, mas integrado ao estar. A mesa espaçosa (com 65 cm de profundidade e 2,8 m de extensão), dispõe de até três lugares. Enquanto os gaveteiros com rodinhas seguem de um lado para o outro rapidamente, as cadeiras têm ajuste de altura | Projeto BMA Studio | Foto: Luís Gomes
Com a cozinha integrada, é preciso ficar atento para não perder nenhuma oportunidade para ampliar os cantinhos de depósito, sempre, claro, tendo cuidado para não sobrecarregar o design – aqui, o móvel feito em marcenaria exerce função dupla de buffet, sem prejudicar a estética | Projeto BMA Studio | Foto: Guilherme Pucci
Para o cliente que trabalha com videogames, o projeto adotou o MDF com visual amadeirado. Já no móvel superior azul, os armários abertos são perfeitos para expor a coleção geek e, em geral, a parede de estantes permite amplo armazenamento e um visual especial ao espaço de trabalho | Projeto BMA Studio | Foto: Guilherme Pucci

Serviço:

 

(11) 2062-6423
@brunomoraesarquiteturastudio