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Infarto em pessoas jovens e saudáveis: por que isso acontece?

Quando o assunto é infarto, geralmente vinculamos o episódio a pessoas que já têm alguns problemas de saúde associados, incluindo a má alimentação e o sedentarismo. 

Mas nem sempre essa conclusão é válida. Infelizmente o infarto também pode acometer pessoas jovens e saudáveis e, em alguns casos, levar à morte.

Dados do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), com base nas informações do Ministério da Saúde, mostram que no Brasil o total de casos de infartos registrados por mês mais que dobrou nos últimos 15 anos, e a média mensal de internações decorrentes subiu quase 160% no mesmo período – entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi 10% acima da média.

No começo deste ano, em Ponta Grossa (PR), um personal trainer de 31 anos faleceu em decorrência de infarto. Ele foi ao hospital relatando mal-estar no estômago e morreu de infarto horas depois. Segundo a família, ele mantinha uma dieta orientada por nutricionista e nenhum problema de saúde diagnosticado.

Mas por que pessoas teoricamente saudáveis também podem infartar?

A médica cardiologista do Hospital Otorrinos Curitiba, Dra. Paula Rubini Barbosa, explicou, primeiramente, o que significa o infarto e por que ele pode levar à óbito.

“O infarto agudo do miocárdio, ou popularmente conhecido como ataque cardíaco, acontece quando há uma interrupção no fluxo sanguíneo para uma parte do músculo cardíaco (miocárdio). Isso acontece devido à formação de coágulos que interrompem o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa, podendo, em alguns casos, levar o paciente a óbito. Quando o sangue é impedido de chegar ao coração adequadamente, as células cardíacas começam a morrer devido à falta de oxigênio e nutriente”, esclareceu a especialista.

Infarto em pessoas jovens e saudáveis

Como já mencionado anteriormente, episódios de infarto não estão restritos a pacientes idosos e com doenças associadas, mas pacientes jovens e saudáveis também podem ser acometidos pela doença. 

O infarto pode ser causado por doenças silenciosas, como alterações genéticas ou congênitas (ou seja, que nascem com o indivíduo, mas não são herdadas geneticamente).

“Por isso”, lembra a cardiologista, “se o paciente tem histórico familiar de infarto precoce, nós orientamos que ele realize exames de mapeamento genético para investigar possíveis indicações para o infarto, além de optar por um estilo de vida saudável”, ressaltou Paula.

Como identificar o infarto

Alguns dos principais sintomas do infarto são dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para os braços, pescoço, mandíbula ou costas, além de falta de ar, sudorese, náusea e vômito.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco para o infarto são tabagismo, sedentarismo, alimentação ruim, colesterol alto e estresse em excesso. Além do infarto, essas condutas podem provocar hipertensão, AVC, obesidade, depressão e diabetes.

“O cigarro, inclusive, é um fator de risco muito importante para doenças cardiovasculares em geral”, completou a cardiologista.

Diabéticos e hipertensos têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto.

Tratamento e prevenção

Segundo a cardiologista, a prevenção continua sendo o melhor tratamento, e isso se dá por meio de uma alimentação balanceada, a prática de atividade física e a visita ao cardiologista para check-ups regulares.

“Lembrando, ainda, que o infarto é uma emergência que exige cuidados médicos imediatos. Por isso, na presença de qualquer sintoma o socorro precisa ser rápido, ligando para o SAMU 192 ou procurando uma emergência cardiológica mais próxima”, ressaltou.

O tratamento, geralmente, é cirúrgico e/ou medicamentoso, com uso de anticoagulantes, por exemplo, para restaurar o fluxo sanguíneo

Com informações: Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Cardiologia

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