Por Isabella Giraldelli*
2013 foi um ano que entrou para a história de Detroit. Berço da indústria automobilística dos Estados Unidos, chegou a ser a quarta maior cidade norte-americana e, naquele ano, tornou-se a maior do país a declarar falência e pedir ajuda legal para se reerguer.
A população, em busca de novas oportunidades e fugindo da violência, caiu para menos da metade. No entanto, desde 2015, ela vem sendo reconstruída aos poucos, com o apoio do governo, de fundos de investimento, varejistas e indústrias. O objetivo é criar um ambiente atrativo tanto para as empresas quanto para as pessoas.
Três dos grandes varejistas que estão presentes na NRF 2018 estão instalados na região e visam o desenvolvimento da comunidade. Até agora, a importância de estarem por lá vem se traduzindo em números: desde a declaração da falência, a taxa de desempregados na cidade caiu de 19% para 5,3%.
Uma delas é a “Whole Foods”, um supermercado de comidas saudáveis que tem feito bastante barulho nas últimas edições da maior feira do varejo mundial por conta do seu formato inovador e do valor que passa aos consumidores: confiabilidade e cuidado com a antecedência dos alimentos. A empresa é uma das que está fazendo a sua parte no renascimento de Detroit.
Outra delas é a “Shinola”, uma fabricante de relógios que quer mostrar que a fabricação de bens no território nacional não acabou. Para a companhia, Detroit não tem apenas história e nem é a cidade mais famosa do estado do Michigan, mas, sobretudo ainda tem um grande futuro pela frente.
A terceira delas é a “Detroit Denim Co”, que busca trazer oportunidades para uma área sem recursos. A ideia é contratar e treinar os moradores nativos para impulsionar a economia local e, assim, contribuir para a retomada do seu crescimento.
Com um mercado que já foi extremamente promissor e importante nos Estados Unidos, estar sediado em Detroit faz parte de uma estratégia inteligente para impulsionar a sua recuperação e, consequentemente, a sua reconstrução, ajudando a comunidade local e desenvolvendo o ambiente. O esforço será reconhecido pelos consumidores, que saberão retribuir a confiança e gerar vantagem competitiva para as respectivas marcas.
*Isabella Giraldelli é responsável pelo marketing do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR)