Aos poucos, o ano letivo vai começando. Alguns alunos já iniciaram as aulas esta semana e outros retornam só depois do Carnaval. E nessa época do ano, a atenção se volta aos alunos, mas muita gente se esquece dos professores e os cuidados que eles devem ter com o principal instrumento de trabalho: a voz.
Segundo a fonoaudióloga, mestre e doutora do Hospital Otorrinos Curitiba, Carla Maffei, há alguns sinais que podem indicar que a voz está comprometida, como por exemplo, a rouquidão frequente, dificuldade na hora de falar ou sensação de garganta coçando. Quando esses sintomas aparecem, a dica é procurar um fonoaudiólogo.
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“Sempre que atendemos um paciente ‘professor’ com problemas de voz fazemos sondagens mais amplas, como por exemplo, aferir a audição, analisar o ambiente de trabalho, se é muito barulhento, se fala alto demais. Ou seja, é um trabalho multidisciplinar que envolve, muitas vezes, o fonoaudiólogo, o otorrinolaringologista e em alguns casos até o psicólogo, e que precisa de um diagnóstico preciso”, explicou a especialista.
Dicas para uma voz saudável
Às vezes, o professor acaba sacrificando a voz pelo aprendizado e não dá os devidos cuidados ao seu principal instrumento de trabalho. Por isso, a doutora Carla listou algumas dicas importantes para que a voz não “suma” aos poucos:
1 – Não faça uso abusivo da voz;
2 – Não fume. A nicotina associada ao calor da fumaça resseca as cordas vocais. O fumo é um dos fatores que acabam desenvolvendo o câncer de laringe e boca;
3 – Tente falar em ambiente silenciosos e evite lugares com muito ruídos, como o recreio, por exemplo;
4 – Faça uso da voz de forma inteligente, e evite a competição vocal;
5 – Evite roupas apertadas: elas comprimem a musculatura respiratória e geram mais cansaço e perda de fôlego;
6 – Hidrate-se: beba em torno de 2 a 3 litros de água por dia, pois a hidratação ajuda a prevenir problemas na voz;
7 – Coma maçã. A fruta tem ação adstringente, que ajuda a limpar a boca e a faringe, melhorando a ressonância da voz. Além disso, o movimento de mastigar a fruta já ajuda a soltar a musculatura que produz a voz;
8 – Evite ambientes com ar condicionado. O aparelho retira a umidade do ar, o que acaba ocasionando ressecamento das vias aéreas. Professores que ficam expostos a esse ar estão mais suscetíveis a doenças respiratórias como rinite, bronquite, sinusite, pneumonia e infecções fúngicas de vias aéreas superiores;
9 – Atenção com o refluxo. Evite alimentos que causam má-digestão e azia. O motivo é o refluxo gástrico, que é ácido e pode irritar a garganta;
10 – Na sala de aula, aplique métodos compensatórios. Com crianças indisciplinadas, a dica é trabalhar com sistemas compensatórios pedagógicos, ou seja, competição entre alunos mais silenciosos, premiações ou até mesmo a ajuda de alunos monitores para ajudar a gerenciar essa questão.
Tratamento
O tratamento para problemas na voz geralmente é multidisciplinar. Segundo a doutora Carla, o trabalho da voz fica centrado com o fonoaudiólogo e o otorrinolaringologista.
“O otorrino faz a avaliação e analisa as questões mais patológicas da orelha, nariz e garganta. Em cima desses resultados é que o fono vai fazer uma avaliação com o paciente, levar em consideração os antecedentes patológicos e traçar um plano de tratamento, equilibrando os ajustes motor e melhorando os aspectos de deglutição e voz, por exemplo”, resumiu a especialista.
Diretor Técnico: Dr. Ian Selonke CRM-PR 19141 | Otorrinolaringologia