O Câncer de Mama é um dos tipos mais comuns entre as mulheres no mundo. Ele corresponde a 28% dos casos, atrás apenas do câncer de pele. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é que no Brasil sejam diagnosticados 59 mil novos casos por ano, cada vez em mulheres mais jovens. Apesar do dado alarmante, a doença tem até 95% de chances de cura quando descoberta precocemente. Mas além dos impactos à saúde, o câncer de mama também afeta a autoestima feminina, já que o tratamento muitas vezes consiste na retirada da mama: a mastectomia.
O medo da perda dos seios implica na identidade feminina e sexualidade, por isso, impacta na autoestima da mulher. Diante deste cenário, muitas pacientes procuram pela reconstrução de mama através de cirurgias plásticas. O procedimento reconstrói a forma, o tamanho e a aparência dos seios.
Atualmente é comum que o implante seja realizado simultaneamente a retirada da mama. No entanto, esta decisão não se aplica a todos os casos. “Depende da dimensão do câncer, o tipo de tumor, se será necessária uma quimioterapia ou radioterapia, além das condições clínicas da paciente”, explica o cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Tiago André Ribeiro.
Segundo ele, existem diferentes técnicas de reconstrução, sendo o implante de próteses de silicone a mais comum. “Nos casos em que grande parte da pele e gordura foi preservada na mastectomia, é possível utilizar apenas uma prótese de silicone para a reconstrução da mama. Se for retirada uma quantidade maior de pele e gordura, caso haja ainda um pouco de cobertura, mas sem espaço suficiente para o implante de uma prótese comum, o profissional terá que colocar uma prótese com expansor”, comenta Tiago Ribeiro.
Nas situações em que foram retiradas a aréola e o mamilo, além de uma parte significativa de gordura, o procedimento será feito por meio de um retalho. “Ou seja, uma parte da pele de outra região do corpo será usada para cobrir o local em que há escassez de tecidos”, saliente o cirurgião plástico.
Nestes casos, é feita uma abdominoplastia na paciente na qual será retirada o excesso de pele e gordura abaixo do umbigo para dar o formato e tamanho à mama restaurada. Também pode ser usada a pele das costas, da região do grande dorsal, que está localizada na linha acima da cintura.
Tiago Ribeiro ainda explica que se apenas uma mama é afetada pela doença, somente ela poderá reconstruída. “Porém, outros procedimentos poderão ser recomendados para a mama oposta a fim de melhorar a simetria de ambas as mamas”.
A reconstrução dos seios pode ser feita em mais de um procedimento cirúrgico para alcançar um formato e aparência satisfatórios. A recuperação da paciente é normal, podendo ser comparada à cirurgia de redução de mamas, mas o cirurgião lembra: é fundamental seguir as recomendações médicas para o sucesso da cirurgia. “É importante que as incisões cirúrgicas não sejam submetidas à força excessiva ou ao movimento durante o tempo de cicatrização. Vale lembrar que embora a cirurgia ofereça uma mama relativamente natural, o seio reconstruído não será igual ao removido”, finaliza.
Dia Mundial contra o Câncer
No domingo, dia (04) é celebrado o Dia Mundial do Câncer. A data foi instituída pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), em 2005. Objetivo é provocar a discussão sobre o tema na sociedade e auxiliar principalmente na disseminação de informações de prevenção da doença no mundo. O tema da campanha 2016 – 2018 é “Nós podemos. Eu posso”.
Sobre Tiago Ribeiro
Cirurgião Plástico especialista pelo Hospital Santa Marcelina, de São Paulo, Tiago André Ribeiro é graduado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). É membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Atende nas cidades de: Toledo e Marechal Cândido Rondon. Mais informações no site:www.clinicatiagoribeiro.com.br.