O Transtorno Dismórfico Corporal – ou Disformia – é a preocupação excessiva com a aparência, alterações mínimas ou até mesmos inexistentes. De acordo com estudos, de 7 a 15% dos pacientes dermatológicos e de cirurgia plástica apresentam a doença. ”É um transtorno psiquiátrico que o paciente tem uma percepção distorcida sobre alguma parte do corpo. Uma preocupação exagerada com falhas imaginadas na aparência”, explica a psicóloga do Grupo São Cristóvão Saúde, Susi Andrade. Esses pensamentos obsessivos com a imagem interferem nos relacionamentos pessoais e profissionais.
Conforme Susi, muitas vezes o diagnóstico da doença é difícil, pois se confunde com vaidade. Por isso, é importante ficar atento a alguns sinais: mudanças de hábitos alimentares, isolamento, passar horas na frente do espelho ou evitá-lo demais, frequentemente tocar, medir ou olhar para o detalhe que o incomoda, ler e pesquisar repetidamente sobre o defeito, e tentar escondê-lo, como com roupas, maquiagem ou cirurgias desnecessárias.
“Para prevenir, o suporte familiar é essencial, pois é um transtorno que costuma afetar mais adolescentes, jovens adultos e adultos. Eles precisam trabalhar a autoestima e reconhecer o próprio valor, entendendo que há diversos tipos de corpos”, comenta a psicóloga. O tratamento é feito com acompanhamento psiquiátrico e psicológico, além de orientação da família.
Alguns dos transtornos de distorção de imagem corporal mais comuns são: anorexia, que é quando se evita comer; bulimia, em que a pessoa se sente culpada após comer e usa métodos para compensar o que ingeriu; e a vigorexia, mais comum em homens, que é a preocupação em excesso com ganhar músculos. “A disformia é bem presente tanto em homens quanto em mulheres, porém as mulheres procuram mais ajuda profissional. Os homens são resistentes e costumam ter vergonha em assumir a condição. Identificar a doença requer bastante experiência dos profissionais da saúde”, finaliza a especialista.
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