Julho Verde: Dia 27 de julho é o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço

Oncologista alerta para os fatores de risco e hábitos preventivos da doença, que registra 23 mil casos por ano no Brasil

No Brasil, o câncer de boca chega a ser o 4º tipo de tumor mais frequente em algumas regiões do país, ocorrendo três vezes mais em homens do que em mulheres, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA.  Em 27 de julho é celebrado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. Segundo estimativas do INCA, o câncer de cabeça e pescoço (que acomete face, fossas nasais, seios paranasais, boca, faringe, laringe, tireoide, glândulas salivares, tecidos moles do pescoço, paratireoide e couro cabeludo) está entre os tumores malignos mais frequentes entre os homens no Brasil, atrás somente do câncer de próstata e próximo ao câncer de pulmão. O câncer da tireoide, três vezes mais frequente entre mulheres, é apontado como o mais comum da região da cabeça e pescoço no sexo feminino.

Segundo o médico oncologista Elge Werneck, o tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas aumentam a probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer. “A associação dos dois hábitos, tabagismo e consumo de álcool, aumenta em até 19 vezes as chances de câncer nessas regiões”, afirma, lembrando que a má higiene dental e oral, refluxo gastro-esofageano e infecções pelo papilomavírus humano (HPV) e vírus Epstein-Barr (EBV) também elevam as chances de desenvolver a doença.

Um estudo publicado pela Revista da Saúde Pública e divulgado pelo Laboratório Frischmann Aisengart, mostra Curitiba com a segunda maior taxa de tabagismo entre adolescentes no país, atrás apenas de Porto Alegre. A taxa curitibana é de 17,7% e a da capital gaúcha 18%. O estudo é do Ministério da Saúde e abordou jovens entre 12 e 17 anos. “A doença costuma ser mais frequente em pessoas com esses hábitos. Quanto maior o tempo de exposição, maior o risco”, alerta Werneck. “A promiscuidade sexual também está relacionada ao desenvolvimento do câncer de boca. A transmissão do  HPV pelo sexo oral se apresenta como fator crítico para a origem desse câncer, mesmo em indivíduos que não fumam e não ingerem bebida alcoólica.”, completa.

            O médico alerta que evitar os fatores de risco e conhecer as causas iniciais da doença contribuem para um diagnóstico precoce. “Se detectada no início, as chances de cura são grandes, acima de 80%. Feridas na boca que não cicatrizam por mais de duas semanas devem ser investigadas”, afirma. O tabaco é responsável por 97% dos diagnósticos de câncer de laringe. O álcool associado ao fumo aumenta significativamente o risco  para câncer nessa região. “Além disso, hábitos de vida saudáveis, com prática regular de atividade física, uma dieta equilibrada e uso do protetor solar contribuem para prevenir contra o câncer de pele na face, couro cabeludo e pescoço”, completa.

Sobre Elge Werneck:

Médico oncologista especialista em câncer de mama, ginecológico e urológico, Elge Werneck é membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e da American Society of Clinical Oncology, autor de produções científicas e palestrante sobre cancerologia.