A cuidadosa recuperação do atleta é necessária tanto para um jogador que participou de uma partida da Copa, como para o atleta de fim de semana, que fica exausto após uma pelada num campo de várzea. O alerta é da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT, que divulga tanto os efeitos de um esforço físico extraordinário, durante a prática do esporte, como também as recomendações para a perfeita recuperação do organismo.
“A primeira preocupação é que durante uma partida de futebol o organismo perde não só água como também sais minerais e eletrólitos, que precisam ser repostos”, explica o presidente do Comitê de Artroscopia e Traumatologia do Esporte da SBOT, Fábio Krebs. Essa reposição não pressupõe apenas tomar água, diz ele, há repositores hídricos comerciais desenvolvidos levando em conta os sais minerais e carboidratos que o corpo perde durante o esforço, mas se não estiverem disponíveis, “um copo de água com sal e açúcar” também ajuda bastante.
Os microtraumas que ocorrem durante o exercício também tem que ser levados em conta, pois podem acarretar numa lesão mais consistente, diz o médico, e por isso é necessário após um jogo o repouso, a hidratação e uma boa alimentação e não a feijoada com caipirinha e cerveja que muitos atletas esporádicos ingerem após o exercício. Eventualmente medidas analgésicas e antinflamatórias numa fisioterapia ajudam muito na recuperação do atleta.
O mais importante, porém, insiste Fábio Krebs, é que o atleta realize uma avaliação médica com traumatologista do esporte e com um médico do esporte, previamente à prática esportiva. O treinamento progressivo e adequado é fundamental, pois quem passa a semana sem fazer qualquer exercício e num domingo entra em campo para uma pelada, “tem a probabilidade de sofrer uma lesão maior”. Por isso mesmo ele recomenda que “a prática esportiva seja realizada de maneira progressiva, a medida que os treinamentos forem sendo realizados” e que os cuidados nutricionais sejam tomados antes, durante e após o exercício.
Krebs lembra que um jogador profissional tem uma equipe multidisciplinar que o avalia após um jogo, analisa a fadiga muscular, o batimento cardíaco, a necessidade de desintoxicar a musculatura e que faz todo um trabalho regenerativo individualizado. Já o atleta amador, como geralmente não conta com esse apoio, deve cuidar da própria recuperação.
As recomendações para após um jogo incluem o repouso e algumas vezes o alongamento dos músculos, para que percam a tensão e o estresse; a massagem, se for possível, em casos específicos , para a autolibertação miofascial – pode ser feita pela pressão aplicada pelo peso do próprio corpo sobre um rolo de espuma que toda academia tem -, um período adequado de sono, que ajuda a recuperar o sistema nervoso central e a nutrição adequada, que Krebs valoriza muito. O ideal é a ingestão de hidratos de carbono simples, para repor os carboidratos e de proteína, para recuperar as fibras musculares afetadas, além de gorduras.
Se por acaso o atleta de fim de semana não se preparou adequadamente, chegou à exaustão e fica todo dolorido, a recomendação é fazer exercícios mais curtos, de menor intensidade, para estimular a circulação e a eliminação das toxinas acumuladas na musculatura. Uma longa caminhada ou uma sessão de natação também servem para conseguir encarar com coragem a volta ao escritório e ao computador, na segunda-feira.
Ortopedistas dizem que recuperação após um jogo é vital também para o atleta amador
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