Depressão atinge pessoas quem cuidam de familiar com Alzheimer

Alzheimer é uma doença que afeta diretamente aos cuidadores, que sofrem com a sobrecarga emocional e física durante todo o processo. A rotina imposta pelo quadro do paciente é responsável por gerar um alto nível de estresse ao cuidador, que muitas vezes, pode levar a depressão.

A situação inclui cuidados como troca de roupas, higienização do paciente, dar alimentação, entreter, atenção para as locomoções, acompanhamento de remédios e diversas outras atividades, porém o quadro é agravado com agressões físicas, que muitas vezes são deferidas pelo paciente. “O desgaste físico é notório, já que é comum o cuidador se manter 24 horas em alerta. As atitudes do paciente são sempre improváveis, não é possível prever quando ele pode sair sozinho pela rua, ou tirar a roupa em público, ou até mesmo fazer suas necessidades em locais impróprios, por isso o cuidador muda a sua rotina e passa a viver apenas para suprir as demandas do paciente. Essa carga de estresse por tempo prolongado desencadeia sintomas de depressão que devem ser tratados com auxilio profissional.” Comenta a psicóloga da clinica Viver Bem, Luciane Nepomuceno.

Segundo o estudo realizado pela Faculdade de Medicina da USP, cuidadores de pacientes com Alzheimer apresentam sintomas de ansiedade e têm cerca de cinco vezes mais chance de terem depressão. Esse é um panorama que chama a atenção dos especialistas. A psicóloga conta que é comum ver a carga para apenas uma pessoa, seja por abandono de outros familiares, seja por ter dificuldade em aceitar ajuda de outras pessoas, mas chegam psicologicamente destruídas no consultório.

Algumas dicas podem ajudar para que o cuidador diminua as chances do estresse

– nunca recorra à racionalidade, tal como “Esse não é o João, é o Pedro”.
É importante entender que o doente esta com a capacidade cerebral comprometida, para ele o que é relatado é a verdade para a sua mente e não existe a possibilidade de alterar essa forma de pensar.

– Rejeição de cuidados
Quando o paciente não aceita o cuidado de uma determinada pessoa, é necessário que ela se afaste por alguns instantes até que se acostume com essa nova presença, introduza a pessoa aos poucos

– Em casos de negação de onde moram, escute e avise que em breve vocês irão. Caso o paciente insista, dê uma volta na rua.

– Evite explosões de emoções em frente ao paciente. Ele não sabe assimilar o que acontece ao seu redor e pode não encarar de forma natural.

“É importante atentar para esses cuidadores e orientá-los a respeito dos cuidados com pacientes de Alzheimer e também dos cuidados consigo. O trabalho psicológico é baseado na conscientização do novo cenário e aceitar suas limitações.” Conclui a psicóloga.

Luciane Nepounuceno, Formação- Pedagogia/ Pós Graduada em Administração, Pedagógica, Pós Graduada em Neuroeducação. Graduada em Psicologia Clinica, Pós Graduada em Psicologia Hospitalar, Pós Graduada em Psicologia Winnicottiana, Doutorado em em Psicologia de Religião Pós Graduada em Psicossomática , Pós Graduada em Psicologia Junguiana, Coach Empresarial.

(melissa@agenciag3.com.br)

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