A Espondilite Anquilosante é uma doença inflamatória e crônica que afeta a coluna vertebral e outras articulações, como os quadris e ombros. Ela atinge 1 a cada 100 pessoas da população2, sendo a maioria homens de 20 a 40 anos1-2.
Se não tratada adequadamente, o quadro de inflamação pode evoluir até a perda parcial ou total dos movimentos2-3. Além de prejudicarem as articulações, as inflamações causam dores constantes e impactam a qualidade de vida do paciente2-3. Porém, algumas atitudes podem ajudar a melhorar a convivência com a doença.
“Os primeiros registros da espondilite anquilosante na humanidade foram identificados em esqueletos de faraós, que apresentavam sinais da doença e deformações. A enfermidade causa fortes dores nas costas e podem ser amplificadas quando a pessoa fica muito tempo em repouso. Assim, a principal recomendação é manter-se ativo e buscar o tratamento mais adequado para controlar e impedir a progressão da doença”, explica o reumatologista e coordenador da área de espondilite anquilosante da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Dr. Marcelo Pinheiro.
Em janeiro de 2018, o SUS anunciou a incorporação de um novo tratamento para pacientes com espondilite anquilosante. Trata-se do biológico secuquinumabe, que deve chegar no sistema de saúde público em breve8. Esse tipo de medicamento comprovou que consegue parar o avanço da doença por 4 anos em quase 80% dos pacientes tratados7.
Confiram abaixo dicas de como minimizar as dores e melhorar a qualidade de vida.
- Movimente-se!Pode parecer que é uma má ideia se movimentar quando as dores nas articulações estão incomodando, porém em doenças como as de espondilite anquilosante o exercício é a melhor recomendação4. Quanto mais tempo parado, mais as dores das inflamações vão aparecer. Evite ficar muito tempo em repouso4, seja no trabalho, lendo ou assistindo TV.
- Alongue-se com cuidadoCom as articulações afetadas, é preciso um acompanhamento constante do reumatologista e aquecimento antes de exercícios e alongamentos. Uma caminhada leve antes de iniciar os exercícios pode ajudar.
- Atividade física ideal deve ser avaliada com um especialistaOs exercícios de baixo impacto são os mais recomendados, como a natação5. Porém, somente o reumatologista poderá avaliar como estão as condições das articulações para realizar cada tipo de exercício.
- Mantenha o peso adequado para a sua alturaO peso acima do adequado para a sua estrutura pode aumentar a pressão sobre as articulações de forma excessiva4.
- Tenha uma alimentação adequadaAlimentos ricos em ômega-3 e cálcio podem ajudar a manter as articulações mais saudáveis6. Identifique alimentos como salmão, linhaça, vegetais e produtos lácteos para fazer parte da sua alimentação.
Referências
- Ministério da Saúde. Portaria Nº 640, de 24 de julho de 2014. Disponível em:http://portalarquivos.
saude.gov.br/images/pdf/2014/ julho/25/pcdt-espondilite- anquilosante-2014.pdf. Acesso em: 18 de janeiro de 2018. - Sociedade Brasileira de Reumatologia. Espondilite Anquilosante. Disponível em: https://www.reumatologia.org.
br/download/espondilite- anquilosante. Acesso em: março de 2018 - Dougados M, Baeten D. Spondyloarthritis. Lancet. 2011 Jun 18;377(9783):2127-37.
- Cartilha Espondilite Anquilosante. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em: https://www.reumatologia.org.
br/download/espondilite- anquilosante. Acesso em: 25/7/2018 - WebMed. Disponível em:https://www.webmd.com/back-
pain/guide/ankylosing- spondylitis#2
Acesso em:17/7/2018 - Sundström B1, Stålnacke K, Hagfors L, Johansson G. Supplementation of omega-3 fatty acids in patients with ankylosing spondylitis. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
pubmed/17062435. Acesso em: 17/7/2018. - Braun J et al. Secukinumab demonstrates low radiographic progression and sustained efficacy through 4 years in patients with active ankylosing spondylitis. Late breaking abstract presented at the 2017 ACR/ARHP Annual Meeting, San Diego, USA. 7th November 2017.
- Diário Oficial da União (DOU), de 17 de janeiro de 2018. Edição 12 – Seção 1, p137. Portaria Nº 65, de 15 de janeiro de 2018.
- Ebringer, A. (2012). History of the Origin of Ankylosing Spondylitis. In A. Ebringer, Ankylosing spondylitis and Klebsiella, (pp 7-13). London: Springer
(angelita.goncalves