Em 22 de setembro, dedicado ao Dia Mundial Sem Carro, o artista visual Luiz Gustavo Vidal entregou à cidade o Mural Mobilidade Urbana – uma obra de arte pública que, além de promover a reflexão sobre locomoção, homens e animais – resgata a vocação cultural de Curitiba como cidade muralista, berço de artistas como Poty Lazzaroto – a quem Vidal dedica a obra.
A intervenção artística, feita na fachada do antigo Edifício 13 de Maio, passa a integrar uma região da cidade que conta com obras de artistas consagrados e a compor o centro histórico da capital. Com 7 metros de altura por 7 metros de largura, foram utilizados 1.250 azulejos e mais de mil horas de queima em fornos a 900 graus, sua produção levou 2 anos e envolveu a colaboração de artistas como Elvo Benitto Damo e Maria Helena Saparolli.
A inauguração do mural teve apresentações musicais como a tradicional Banda Lyra, a Orquestra de Ladies e o grupo Lenhadores da UFPR.
O artista visual, que também preside a Associação dos Artistas Plásticos do Paraná – APAP/PR, ao entregar o mural para Curitiba, lembrou que o painel é resultado de um trabalho de oito anos e que envolveu a participação de muitas pessoas. “Animais e bicicletas servindo para o transporte, locomoção e para ganhar tempo. Uma brincadeira – boicicleta – mas que mostra a importância da mobilidade nos dias de hoje. A revitalização deixa o espaço mais bonito, mais seguro, pois à noite tem iluminação especial. É a função social da arte. Os 3 mil registros fotográficos feitos por Rubens Nemitz Jr serão doados para o centro de documentação e pesquisa da Casa da Memória da Fundação Cultural de Curitiba”, sublinhou.
O mural
A obra faz parte de uma série sobre Mobilidade Urbana que reúne diversos desenhos à mão livre, pintura e arte digital em que Vidal utiliza superfícies variadas, cartela de cores fortes e reduzida, o que traz movimento e intensidade ao seu trabalho. A partir da observação da relação entre homem, animal e locomoção, Vidal transforma pernas e patas em rodas de traços velozes e marcantes.
Vidal, que tem o apoio fundamental da Elejor (Centrais Elétricas do Rio Jordão), empresa do governo do Estado do Paraná – através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Ministério da Cultura), complementa a inauguração do mural com o lançamento de um livro, uma exposição indoor e uma a céu aberto e ações educativas em escolas da capital. Importante ainda destacar que o artista ainda tomou o cuidado de criar todo um acervo fotográfico de feito por Rubens Nemitz Jr.
O local
O Edifício escolhido para receber o mural brinca o artista: “fica num local que você certamente vê todo dia sem, contudo, ver”. E tudo isso foi concebido pelo seu imaginário, o qual tem a intenção de trazer para o local um importante sentimento de pertencimento das pessoas que ali passam, com um resgate de princípios que tanto buscamos.
Como sugestão para cidade, deixa ainda a criação de um mirante sob a passagem da trincheira da Rua 13 de Maio para contemplação dos raios do sol, que finalizam o dia exatamente sobre a rua, uma das principais vias centrais da cidade, lembrando que nas imediações passa a importante linha turismo e está localizada a central de saúde mãe curitibana e a Mitra da Arquidiocese de Curitiba.