Um programa de 16 semanas de Pilates é capaz de aumentar a flexibilidade e a força dos membros inferiores e superiores, melhorar a resistência aeróbica e o equilíbrio dinâmico das mulheres idosas. Além disso, o método também contribui para melhorar a satisfação com a vida. Essas foram as principais conclusões de um estudo realizado no Brasil, que acaba de ser publicado no Journal of Bodywork & Movement Therapies.
O estudo corrobora outras pesquisas mundiais que comprovam os efeitos benéficos do Pilates para um envelhecimento mais saudável. Segundo afisioterapeuta Walkiria Brunetti, especialista em Pilates e RPG, algumas pessoas que entram na chamada terceira idade, podem apresentar problemas de equilíbrio por vários motivos.
“Os principais motivos são a perda da amplitude e da força dos movimentos corporais, além do processo natural do envelhecimento, que leva à perda muscular e óssea. Para termos equilíbrio, é preciso força e amplitude de movimentos nos três planos corporais: no frontal, responsável pelos movimentos de abdução (afastar e abrir) e adução (aproximar/fechar); no plano sagital, responsável pelos movimentos de flexão e extensão e no plano horizontal, responsável pelas rotações”, explica Walkíria.
“Qualquer interferência ou déficit nestes movimentos e na força afeta o equilíbrio. Para compensar ou tentar se equilibrar, as pessoas acabam usando os ombros e isso vira um ciclo vicioso. Com o passar do tempo, essa elevação dos ombros de forma constante pode levar à dores na região cervical”, explica a fisioterapeuta.
Falta de força
Walkiria lembra ainda que além do déficit na amplitude de movimentos, osidosos perdem a força muscular, o que também afeta o equilíbrio.
“Quando nos desequilibramos e precisamos corrigir a postura, é preciso ter músculos fortalecidos para sustentar nosso corpo. Porém, na terceira idade é comum apresentar músculos mais enfraquecidos e, portanto, há um maior risco de perder o equilíbrio e cair”, comenta a fisioterapeuta.
Como o Pilates pode ajudar
A primeira razão para recomendar o Pilates para pessoas na terceira idade é que pode ser adaptado e individualizado de acordo com a condição física de cada um. “Este ponto é fundamental, pois não é uma atividade de impacto, nem exige condicionamento físico para começar”, cita Walkíria.
“O Pilates ajuda no fortalecimento muscular e melhora a flexibilidade, aspectos fundamentais para ter uma maior amplitude dos movimentos. O método também ajuda a estabilizar as posturas e trabalha a estimulação do sistema proprioceptivo. O que é isso? É o sistema que permite a percepção do corpo e membros no espaço e às sensações dos músculos e funções de movimento, portanto, um sistema essencial para manter o equilíbrio”, explica a especialista.
Um dos fatores mais importantes para um envelhecimento saudável é ter autonomia e independência. Tomar banho, calçar um sapato ou pegar um objeto em um lugar mais alto, por exemplo, são atividades simples, da vida diária.
“Entretanto, depois dos 65 anos, podem se tornar mais complexas e até perigosas por conta dos efeitos do envelhecimento. Assim, o ideal é que a pessoa procure atividades para prevenir essas condições, como o Pilates, por exemplo”, recomenda Walkíria.
O Pilates, além dos benefícios físicos, também melhora a satisfação com a vida justamente porque permite ao idoso se manter independente para realizar suas atividades cotidianas. Que tal começar?
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