A conservação dos biomas brasileiros conta mais uma vez com o apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Ao todo, são R$ 4,3 milhões destinados a 21 projetos e programas distribuídos em 16 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Na região Sul, seis propostas receberão, juntas, R$ 840 mil. A relação dos trabalhos aprovados no primeiro edital de 2018 foi divulgada recentemente pela Fundação.
Parque Estadual do Turvo (RS)
O Rio Grande do Sul é o estado com maior número de projetos aprovados na região. São quatro iniciativas que beneficiam a natureza local. O projeto “Onde a onça bebe água? Uma história para contar sobre o Parque Estadual do Turvo”, da Associação Amigos do Interior (ASACIRS), propõe implementar um programa de uso público, envolvendo a sociedade a interpretar a natureza e promover a conservação da biodiversidade do Parque Estadual do Turvo. Assim, despertar o interesse do visitante para além do Salto do Yucumã. O Parque é território de ocorrência da onça-pintada (Panthera onca), uma espécie ameaçada de extinção que desperta respeito e curiosidade.
Boto Tursiops gephyreus (SC e RS)
Outro projeto, desenvolvido pela KAOSA, contempla o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O “Projeto gephyreus: avaliação de risco de extinção do boto (Tursiops gephyreus) no Brasil” busca avaliar o nível de ameaça do boto Tursiops gephyreus – espécie costeira endêmica do Atlântico Sul Ocidental no Brasil –, seguindo os critérios de risco da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). No âmbito social, o projeto prevê ações de educomunicação, visando informar a sociedade sobre a importância da conservação dos botos e dos ecossistemas marinhos costeiros.
Anfíbios da Mata Atlântica (PR, SC e RS)
Outra iniciativa que contempla gaúchos e catarinenses, além do Paraná e de São Paulo, é “Anfíbios micro endêmicos: execução de ações do plano de ação nacional de conservação de espécies ameaçadas de extinção e estratégias para a conservação”, realizada pela Mater Natura Instituto de Estudos Ambientais. A proposta tem como foco o estudo do Cycloramphus – presente na Mata Atlântica – para entender os hábitos perceptíveis, as baixas densidades populacionais e lacunas no conhecimento da história de vida das espécies, característica fundamental na avaliação do status de ameaça. Além disso, o projeto pretende indicar locais de criação de unidades de conservação para a proteção do gênero.
Palmeiras (PR e RS)
Já o projeto “Palmeiras endêmicas de campos de altitude no sul do Brasil: Modelagem de ocorrência e ações emergenciais para sua conservação”, que contempla os estados do Paraná e Rio Grande do Sul, proposto pela Sociedade Chauá, fará a modelagem de distribuição de espécies de Palmeiras e buscará a localização de novas populações das espécies alvo a partir de imagens de satélite e de trabalho em campo. A modelagem servirá para avaliar a persistência das espécies frente às mudanças no clima e no uso da terra. As cinco espécies terão ações emergenciais de conservação desenvolvidas, coleta de sementes e estudos de germinação, assim como produção de mudas. Além disso, a espécie Butia pubispatha terá avaliação de status de ameaça segundo critérios do CNCFLORA.
Manguezais e caranguejo-uçá (PR)
No Paraná, o projeto “Saúde dos manguezais e do caranguejo-uçá em sítio Ramsar e seu entorno”, realizado pela Associação MarBrasil, tem como foco avaliar a saúde dos manguezais e ecossistemas associados em unidades de conservação (UC) e áreas não protegidas a partir da bioecologia do caranguejo-uçá, de modo a propor estratégias efetivas de gestão dessas zonas úmidas costeiras. O projeto pretende avaliar as áreas internas da Estação Ecológica (ESEC) de Guaraqueçaba que estão fora do espectro da UC e avaliar a importância para a conservação, além de promover a sensibilização acerca da importância da estação para a conservação dos manguezais e do caranguejo-uçá em todo o complexo estuarino da baía de Paranaguá.
Preá-de-Moleques (SC)
O projeto “PRÓ-PREÁ: Plano de Ação para a Conservação do Preá-de-Moleques (Cavia intermedia), endêmico da ilha de Moleques do Sul, Parque Estadual da Serra do Tabuleiro” desenvolvido pela Associação para Conservação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (Instituto Tabuleiro), em Santa Catarina, tem como objetivo elaborar o Plano de Ação de Emergência (PAE) para a espécie de roedor. O Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) apoiam a iniciativa e farão parte do processo. A proposta é baseada em um pré-diagnóstico com mais de 15 anos de experiência desta equipe com a espécie e seu habitat e este será o primeiro PAE do estado e de um pequeno mamífero no país.
Para conferir a lista completa dos projetos que iniciam no segundo semestre deste ano, acesse o link.
centralpress