Em Fórum com a presença do procurador Deltan Dallagnol, diretor executivo do Ética Saúde fala sobre os avanços no combate à corrupção no setor

“Nosso objetivo é tornar o Instituto Ética Saúde um foro apropriado para trazer apoio e propostas íntegras para o combate da corrupção e falta de ética”, disse Gouvêa

Em Fórum com a presença do procurador Deltan Dallagnol, diretor executivo do Ética Saúde fala sobre os avanços no combate à corrupção no setor

O diretor executivo do Instituto Ética Saúde, Carlos Eduardo Gouvêa, foi um dos debatedores convidados do Fórum Ética em Medicina Diagnóstica, realizado no dia 28 de setembro, durante o 52º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, em Florianópolis. Coordenado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, Wilson Shcolnik, o evento contou com palestras do procurador da República e coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, e do de Justiça em São Paulo e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu.

Deltan Dallagnol, aplaudido de pé pelos presentes, apresentou os números de agentes envolvidos em propinas e acordos escusos: 415 políticos e 26 partidos. O montante recolhido em atividades corruptas enriqueceu os envolvidos e financiou campanhas eleitorais. Na opinião do procurador, a Lava Jato faz o ‘diagnóstico’, mas o ‘tratamento’ costuma não vir. “A Lava Jato não tem heróis. Pode ser que a gente ganhe ou perca, mas o importante é lutar. Será preciso que a sociedade deixe de lado o vitimismo e arregace as mangas para escrever a biografia da nossa história”, disse. Ele destacou ainda atitudes desanimadoras como a libertação de alguns políticos envolvidos com corrupção pelas mãos de alguns juízes.

O procurador é um dos apoiadores do projeto “Unidos contra a Corrupção”, com a presença de diversos políticos fichas limpas e especialistas de instituições idôneas. O Instituto Ética Saúde pretende se tornar parceiro do movimento, com o qual já está em tratativas.

A palestra do promotor de Justiça de São Paulo e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção também teve grande repercussão. Roberto Livianu lamentou o episódio das “Dez medidas contra a corrupção”, que o Congresso Nacional triturou”, aproveitando do momento da dor pela tragédia provocada pelo acidente do avião da Chapecoense, e citou o “conchavo” do dia 22 de novembro de 2016, que anistiou os atos ilícitos do caixa 2 eleitoral. “Foram páginas lamentáveis da história do Brasil! Logo depois da aniquilação de um documento de iniciativa popular, o presidente da Câmara afirmou que se tratava de uma decisão democrática”.

O promotor também destacou a desigualdade social. “A corrupção mata! Verbas que seriam destinadas à saúde são desviadas. O dinheiro não chega às escolas públicas”, finalizou. O Instituto Ética Saúde tem Acordo de Cooperação firmado com o Instituto Não Aceito Corrupção.

 

Ética na Saúde

Carlos Eduardo Gouvêa contou um pouco do histórico do Instituto Ética Saúde e reforçou que diversos elos da cadeia de valor da Saúde compõem o projeto, entre eles fabricantes e distribuidores de produtos para saúde, hospitais, laboratórios e entidades médicas. “O IES surgiu de um pacto setorial para coibir fraudes e práticas de corrupção no segmento”, lembrou.

O diretor executivo do Instituto frisou os avanços nas parcerias com importantes agentes: “Já temos Acordos de Cooperação firmados com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), o Tribunal de Contas da União (TCU) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Em breve vamos ampliar para Ministério Público de São Paulo e a Controladoria Geral da União (CGU). Nosso objetivo é tornar o IES um foro apropriado para trazer apoio e propostas íntegras para o combate da corrupção e falta de ética, além de educação sobre o tema bem como o reconhecimento do setor”, concluiu Gouvêa.

Também estiveram na mesa de debates Ademar José Paes Jr, da Associação Catarinense de Medicina – ACM; Claudia Cohn, da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – ABRAMED; Luiz Fernando Barcelos, da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas – SBAC e Roberto Luiz d’Avilla, ex-presidente do Conselho Federal de Medicina – CFM.

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