A primavera é aquela estação conhecida por todos: bonita, por causa das flores, mas que causa certo desconforto para quem sofre com as alergias típicas dessa época. A rinite, que é a inflamação e irritação da mucosa nasal. por exemplo, é a mais comum. Conhecida como doença crônica, não é possível preveni-la, mas alguns hábitos podem ser adotados para que os sintomas sejam amenizados. É o que explica a alergologista do Hospital Otorrinos Curitiba, Cristine Secco Rosario.
“É muito importante manter os ambientes arejados para que haja melhor circulação do ar. Quando possível, expor roupas de cama, colchões e travesseiros ao sol. Quando houver secreção no nariz, lavar com soro fisiológico sempre que necessário para evitar o acúmulo”, explica.
A genética influencia no quadro alérgico?
Quando o paciente é alérgico, a genética tem grande influência nesse quadro. Isso porque a alergia é uma doença que tem componentes genéticos e ambientais. Segundo Cristine, a chance de uma pessoa ter alergia aumenta 25% se um dos pais tiver alergia e 50% se os dois pais tiverem.
“A exposição a alérgenos (poeira, pelos de animais, alimentos) na primeira infância também pode contribuir para o desenvolvimento de alergias”, acrescenta a especialista.
Sintomas da alergia na primavera
Os principais sintomas de alergia na primavera são espirros, coriza, nariz trancado, olhos vermelhos, coceira nos olhos e no nariz. Algumas pessoas só tem crises nessa época pois é o período de polinização, e a quantidade de pólens no ar aumenta muito.
Excesso de umidade prejudica a saúde?
Muita gente fica preocupada quando o clima está muito seco. A baixa umidade promove um ressecamento da mucosa respiratória, o que a torna mais suscetível à inflamação. Mas quando há muita umidade, é preciso ficar atento: a umidade excessiva pode aumentar a proliferação de ácaros e fungos, o que pode ocasionar sintomas de alergia. “Além disso”, completa Cristine, “os ambientes tendem a ficar fechados, podendo favorecer a disseminação de vírus e bactérias que causam doenças”.
Dicas para evitar alergias na primavera
Para prevenir as crises alérgicas nesta época do ano, a melhor maneira é evitar o contato com substâncias que causam alergia, como poeira, pelos de animais, fumaça de cigarro, produtos de limpeza e, em alguns casos, até perfumes.
Para quem tem animais de estimação, por exemplo, alguns cuidados devem ser tomados, como dar banhos frequentes no animal e evitar que ele durma na cama junto com o paciente alérgico. Além de os pelos dos animais poderem provocar alergia, eles carregam poeira, o que também pode ocasionar os sintomas. “A lavagem dos pelos é indicada para remover a poeira e demais partículas de sujeira acumuladas”, lembra Cristine.
Em relação à higiene da casa, o ideal é não usar a vassoura e, sim, passar pano úmido e aspirador. O ato de varrer faz com que as partículas de poeira fiquem em suspensão no ar por várias horas, provocando os sintomas.
Para quem tem crianças, cuidado especial com os bichos de pelúcia: eles também podem acumular poeira, por isso, é importante evitar que eles fiquem no mesmo quarto em que a criança dorme. De acordo com a especialista, as crianças tendem a acumular secreção no nariz pela dificuldade em assoar e isso pode comprometer o sono e também evoluir para infecções.
“Por isso, a lavagem do nariz com soro fisiológico (seja em spray ou em seringa) é fundamental, pois além de ajudar a hidratar as mucosas respiratórias, também auxilia na eliminação de secreções e impurezas como alérgenos e bactérias. Além de fazer a limpeza nasal, o soro fisiológico ajuda a descongestionar, facilitando a respiração”, orienta.
Tratamento para quem tem alergias
Existem vários tratamentos para quem é alérgico, desde sprays nasais a antialérgicos. As alergias são doenças crônicas e não existe cura, porém, pode-se obter controle total da doença com o tratamento. De acordo com Cristine, as vacinas para alergia possuem indicações específicas, principalmente para as pessoas que não melhoram com tratamento comum. “O resultado das vacinas é muito bom para rinite, asma, conjuntivite e dermatite”, finaliza.
Diretor Técnico: Dr. Ian Selonke CRM-PR 19141 | Otorrinolaringologia