O primeiro Hackathon Construtech, realizado em Londrina de 28 a 30 de setembro, resultou em 13 projetos com soluções tecnológicas e inovadoras para o setor da construção civil. A maratona foi organizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon Norte-PR), Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal) e Sebrae/PR, e contou com o apoio do Senai. Três equipes finalistas foram escolhidas pela banca julgadora, são as propostas do AvaliaNet, Chronos Planejamento e ControLAR. A premiação será realizada no dia 30 de outubro, durante o ECO.TIC 2018, às 21 horas, no Parque de Exposições Ney Braga.
O consultor do Sebrae/PR, Rubens Negrão, diz que a construção civil se posicionou como uma das verticais dentro do ecossistema de inovação de Londrina. Recentemente, foi oficializada uma governança para o setor. O trabalho de organização da maratona, segundo Negrão, começou em abril, quando foram realizadas oficinas com empresas e profissionais da área para levantar as principais “dores” do mercado. Participaram do hackathon engenheiros, arquitetos, professores, desenvolvedores, entre outros.
Os 60 inscritos foram divididos em 13 equipes, que receberam mentorias de especialistas para elaborar soluções nas áreas de educação, mercado, gestão de obras e novos materiais. “As ideias nos surpreenderam. As soluções vieram maduras e tivemos muitos interessados nas propostas. O desafio agora é oferecer o suporte necessário para essas startups, organizar uma estrutura para receber as empresas”, aponta o consultor.
O 1º vice-presidente Financeiro do Sinduscon Norte/PR, Gerson Guariente Junior, diz que a maratona representou a coroação do trabalho de implantação da governança da construção civil em Londrina. O grupo é formado por representantes de entidades, universidades, construtoras, comunidade de startups. O objetivo do evento, segundo ele, era chamar a atenção do mercado para a inovação. “A receptividade dos participantes e mentores foi uma surpresa, nenhuma equipe desistiu. Tínhamos a expectativa de que dois ou três trabalhos pudessem gerar negócios, mas acho que o número pode chegar a oito. Foi uma experiência gratificante, que marca uma mudança de comportamento de mercado”, comemora. Guariente diz que o Sinduscon Norte/PR manterá contato com as equipes e pretende acolher, inicialmente, pelo menos três projetos na sede da entidade para que as ideias sejam desenvolvidas.
Para o presidente do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal), Brazil Alvim Versoza, o primeiro Hackathon Construtech superou as expectativas. “Os trabalhos apresentados são interessantes, os participantes e mentores se mostraram muito satisfeitos com o evento”, afirma. Versoza diz que ainda há muito espaço para novas ideias, especialmente, na área de planejamento. Por isso, a maratona de 2019 já está garantida. Um dos pontos positivos do hackathon, segundo ele, é a união entre estudantes, jovens e profissionais experientes no mercado na elaboração das soluções. “O grande vencedor da maratona, com certeza, foi a construção civil de Londrina”, aponta.
O estudante de engenharia civil Gabriel Mercer de Lima Souza integra a equipe da AvaliaNet, uma ferramenta de avaliação da capacitação profissional baseada em realidade virtual. Ele conta que buscou a maratona com o objetivo de adquirir experiência para escrever a monografia, que trata sobre o uso da tecnologia da informação na construção civil. “Foi muito enriquecedor não só para levantamento de dados. Conheci muitas pessoas, fiz contatos profissionais, e ainda tive que resolver um problema em 30 horas partindo do zero. Foi uma experiência desafiadora e de muito aprendizado”, avalia.
O engenheiro civil Jorge Luiz de Almeida Mussato, da equipe do ControLAR, conta que a proposta do grupo é desenvolver um software para digitalizar e tornar mais simples e interativo o manual dos condomínios, oferecer um cronograma de manutenções prediais aos administradores, com disparos de avisos por SMS e-mail, e disponibilizar aos usuários um canal de contato com as construtoras, para que estes enviem vídeos e fotos com informações sobre eventuais problemas que precisam ser corrigidos dentro do prazo de garantia do imóvel. “Fomos para a maratona com o grupo formado, ficamos muito felizes de estar entre os finalistas e pretendemos dar continuidade ao projeto. Tivemos bons feedbacks de muita gente importante do mercado”, comemora.
A estudante de engenharia civil Helena Mayumi Takahara apresentou o projeto Chronos Planejamento ao lado de mais três colegas. A proposta é criar uma plataforma virtual de cronograma de obra, onde todos os prestadores de serviços poderão inserir informações do trabalho realizado, com fotos. “Tudo entrará em um banco de dados que será acessado pela equipe de engenharia. Hoje, o cronograma é feito em planilhas ou papel. Criamos algo intuitivo, para diminuir a tomada de decisões no canteiro de obras”, afirma. Ela conta que a equipe de estudantes participou da maratona, pela primeira vez, incentivada pela universidade. “Fomos com uma ideia e, chegando lá, mudamos o projeto. Os mentores nos ajudaram muito, foi uma experiência que vamos levar para a vida”, descreve.
Os três projetos finalistas serão premiados com valores em dinheiro, sendo R$ 1 mil para o terceiro, R$ 3 mil para o segundo e R$ 5 mil para o primeiro.
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