Por Sandra Maura, CEO da TOPMIND
A expansรฃo do comรฉrcio eletrรดnico, nos รบltimos anos, fez com que muita gente apostasse no fim do varejo fรญsico. Mas isso nรฃo aconteceu. As lojas tradicionais seguem como um importante elo da cadeia de negรณcios para as empresas do setor, representando uma parcela significativa das vendas e, principalmente, do trabalho de relacionamento entre as marcas e o pรบblico.
Por outro lado – e apesar desses nรบmeros -, tambรฉm รฉ preciso admitir que as novas tecnologias e a ascensรฃo de novas tecnologias tรชm obrigado as lojas fรญsicas a mudarem suas estratรฉgias e estruturas. Com os consumidores mais conectados e dispostos a procurar experiรชncias que os satisfaรงam integralmente e com o mercado varejista mais concorrido do que nunca, as empresas de varejo estรฃo tendo que caminhar para a renovaรงรฃo de seus ambientes de atendimento e gestรฃo para acompanharem eficientemente as demandas da nova Era Digital.
Nesse cenรกrio, a Internet das Coisas (IoT) รฉ um dos principais pilares de transformaรงรฃo ร disposiรงรฃo dos lojistas. Ao permitir a integraรงรฃo e a automaรงรฃo de toda a cadeia de trabalho do comรฉrcio, do prรฉ ao pรณs-venda, as soluรงรตes de IoT possibilitam um melhor planejamento das companhias, tanto para simplificar as demandas de administraรงรฃo de negรณcios quanto para otimizar as questรตes diretamente ligadas ao atendimento dos consumidores.
Entre os benefรญcios gerados a partir da utilizaรงรฃo de sensores e sistemas conectados ร estrutura das lojas, podemos destacar a oportunidade de monitorar e analisar todos os eventos fundamentais ao funcionamento dos negรณcios, antecipando qualquer questรฃo que afete os resultados. Por exemplo: com uma rede inteligente, รฉ possรญvel propor um monitoramento preditivo de alta qualidade, com anรกlise capaz de apontar quais sรฃo e onde se encontram as possรญveis falhas de infraestrutura e rede de TI, garantindo assim a mรกxima performance da loja nos momentos-chave das vendas.
Outro ganho importante trazido pelas aplicaรงรตes de Internet das Coisas รฉ em relaรงรฃo ร inteligรชncia para se gerenciar os ativos internos, sobretudo no que diz respeito ao controle de estoque e aos processos de logรญstica. O uso de โetiquetas eletrรดnicasโ, com a adoรงรฃo de chips de identificaรงรฃo por radiofrequรชncia (RFID) permite incluir rastreamento digital dos produtos, ampliando potencialmente a capacidade de anรกlise sobre quais itens estรฃo sendo vendidos e atรฉ quais sรฃo movimentados dentro das lojas.
Alรฉm de vantagens operacionais, os sistemas conectados de IoT tendem a transformar a dinรขmica interativa dos estabelecimentos, em busca de formas que permitam maximizar a experiรชncia dos clientes. O varejo fรญsico funcionarรก, cada vez mais, como โmodelo deย vitrineโ, alavancando serviรงos de atendimento diferenciados paraย satisfazer os consumidores. ร com esse papel que o mercado pode se tornar efetivamente apto a atender os clientes que navegam pelos ambientes fรญsico e digital na mesma jornada de compra. Segundo dados da Delloite, por exemplo, 93% dos clientes afirmam fazer pesquisas nas lojas virtuais e reais para fazerem suas compras.
Atender a esse pรบblico serรก possรญvel, uma vez que, com o uso da Internet das Coisas, as empresas varejistas terรฃo acesso a informaรงรตes abrangentes para aprender quais sรฃo as expectativas e necessidades reais de seus consumidores, mensurando de forma prรกtica quais sรฃo os produtos mais procurados, quais as formas de interaรงรฃo e contato mais assertivas e que tipo de atendimento deve ser entregue โ seja para a venda no canal on-line ou para a finalizaรงรฃo do pedido na loja.
Ao utilizar as tecnologias mais modernas em seus corredores e vitrines (com redes Wireless, displays digitais e ferramentas de autoatendimento, por exemplo), as organizaรงรตes do setor ganham opรงรตes para criar uma condiรงรฃo mais atrativa e completa a seus consumidores, com o diferencial de permitirem a experiรชncia real aos compradores, que poderรฃo provar e testar os produtos na hora.
Em sรญntese, isso quer dizer que a tecnologia โ e a IoT, nesse caso โ pode fazer com que o varejo reforce o posicionamento omnichannel de suas empresas, tornando o espaรงo fรญsico de suas lojas em um ambiente mais conectado e integrado ร experiรชncia oferecida pelos canais digitais. Jรก existem hoje diversas soluรงรตes que integram hardware, software, serviรงos e dispositivos de Internet das Coisas (IoT) para modernizar as lojas e coletar, de forma inteligente, informaรงรตes sobre o consumo e o interesse dos clientes.
Um gerenciamento eficiente dessas soluรงรตes tecnolรณgicas oferece ao varejista a possibilidade de criar ambientes para que seus consumidores vivam experiรชncias digitais cada vez inesquecรญveis, ao mesmo tempo em que podem analisar hรกbitos de consumo e atรฉ prever preferรชncias, por exemplo, utilizando sensores em prateleiras para medir a movimentaรงรฃo e o tempo de permanรชncia dos consumidores em cada setor da loja.
Mas o sucesso no uso dessas aplicaรงรตes e inovaรงรตes depende de diversos fatores, como o treinamento e a qualificaรงรฃo das equipes e de um suporte confiรกvel aos pontos de venda, para que as ferramentas de fato funcionem, simplifiquem a rotina dos colaboradores e, principalmente, agreguem valor ร relaรงรฃo dos consumidores com os serviรงos oferecidos pela loja.
Com a concorrรชncia acirrada e a disputa pela atenรงรฃo do cliente sendo cada vez mais vital para o retorno dos investimentos, รฉ importante que as empresas garantam que a tecnologia seja instalada e que, depois, continue a ser efetivamente รบtil para todos, automatizando o dia a dia das equipes e permitindo o real sucesso das vendas, independente do canal utilizado para a compra. Os dispositivos inteligentes vieram para ficar e para contribuir com os resultados das empresas. Cabe aos varejistas definirem as estratรฉgias de uso da IoT para oferecer aos seus clientes as melhores jornadas de compra, evitar as perdas e impulsionar as vendas.