Encontro foi realizado em Arapongas e reuniu micro e pequenas empresas do Polo Moveleiro, além de arquitetos e estudantes
Designers de renome nacional estiveram em Arapongas, na noite desta terça-feira (29), para participar de um workshop sobre Tendências Emergentes para o Setor Moveleiro em 2019. O evento, promovido pelo Sebrae/PR, reuniu cerca de 130 fabricantes de micros e pequenas empresas do Polo Moveleiro, além de arquitetos e estudantes. O encontro foi realizado em parceria com o Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), Núcleo de Negócios em Arquitetura (Iarq) e apoio do Centro de Eventos Expoara, que sediou o debate.
Participaram do evento o italiano Giorgio Rubega, designer de produtos, que já atuou em empresas como Natuzzi; Henrique Stabile, arquiteto, designer e professor do Istituto Europeo di Design de São Paulo; Lauro Andrade Filho, idealizador da feira High Design; e Sibelly Quinalha, especialista em design comercial e marketing para arquitetos. A mesa redonda foi mediada pelo professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Rovenir Bertola Duarte.
Giorgio Rubega disse que o workshop foi importante para levar informações sobre o design conceitual. Durante o bate-papo, ele falou um pouco sobre o trabalho de criação das peças e alertou para a importância de as empresas se atentarem para as mudanças do mercado, novos materiais e tecnologias. “É preciso pensar lá na frente e buscar interpretações diferentes para as variações do dia a dia”, afirmou. Ele apontou que o trabalho de um designer pode contribuir muito com a empresa no longo prazo, ao agregar mais valor aos produtos e melhorar as vendas. “Claro que também é preciso educar as pessoas para o consumo”, completou.
Para Sibelly Quinalha, o evento foi importante para incentivar a valorizar a economia criativa. Ela enfatizou a necessidade de levar informações às empresas e população sobre o processo criativo para que o design deixe de ser encarado como um gasto e passe a ser visto como investimento. “O principal incentivo para os empresários deve ser o potencial que o trabalho desenvolvido por um design exerce no mercado ao estimular o processo criativo e desenvolver novas linhas de produtos”, argumentou. Segundo ela, ainda é pequena a parcela de pessoas que têm acesso a soluções de design no Brasil.
O mediador da mesa, professor Rovenir Bertola Duarte, disse que a aproximação entre a indústria e os profissionais do design tende a amadurecer muito o mercado de móveis da região. As empresas, na avaliação dele, já se atentaram da necessidade de buscar parcerias e desenvolver móveis autorais. “Em geral, o brasileiro não tem peças de design em casa. Esse é um mercado com muito potencial”, destacou. Duarte contou que tem acompanhado o trabalho de algumas empresas e o esforço delas para superar os desafios da Indústria 4.0. “Esta é uma evolução que demandará muito o design e Arapongas já enxergou isso”, pontuou.
O designer de inovação de uma empresa que fabrica móveis estofados, Jordan Vicentini, disse que o workshop foi um evento marcante para o parque industrial de Arapongas, porque levou informações muito ricas aos empresários e trabalhadores do chão de fábrica. Ele confirmou que a produção de peças autorais ainda é algo novo para as empresas da cidade e região e está sendo introduzida aos poucos. “O Sebrae/PR está ajudando as pequenas e médias empresas a entender que o diferencial pelo design vai ajudá-las a se posicionar melhor no mercado”, apontou.
Para a empresária e fabricante de móveis de fibra sintética e alumínio, Sandra Giovana M. Ruziska, o workshop foi interessante por aproximar designers reconhecidos nacionalmente dos fabricantes locais. “Pudemos descobrir o que eles pensam sobre o mercado e o design no mundo”, contou. Sandra, que é designer, disse que a empresa está há 17 anos no mercado e avalia ainda para o primeiro semestre deste ano a possibilidade de fazer parcerias com profissionais da área para o desenho de novos produtos.
O consultor do Sebrae/PR, Rubens Negrão, destacou que o evento teve o objetivo de levar informações sobre as principais tendências do mercado moveleiro nacional e internacional e do comportamento do consumidor. Além disso, mostrar que o design é uma ferramenta para que as empresas consigam lançar produtos diferenciados e com valor agregado. Para Negrão, o profissional de design ainda é visto como um custo alto pelas pequenas empresas, mas deve começar a ser encarado como estratégia para posicionamento no mercado.
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