Muitos mitos ainda cercam a pílula do dia seguinte. Recomendada em casos emergenciais, o medicamento não substitui os métodos contraceptivos tradicionais. Para o ginecologista da Criogênesis, *Dr. Renato de Oliveira, a pílula do dia seguinte deve ser utilizada com muita cautela. “Ela deve ser ingerida apenas em situações de risco, como o estouro da camisinha ou em episódios de violência sexual, por exemplo. A informação e a prevenção ainda são as melhores maneiras de se evitar uma gravidez indesejada”, ressalta.
Abaixo, Dr. Renato responde algumas das questões mais recorrentes sobre o uso do medicamento. Confira a lista de mitos e verdades sugerida pelo especialista:
Há um momento correto para utilizar a pílula de contracepção emergencial.
VERDADE. Apesar de poder utilizá-la nos primeiros cinco dias, recomenda-se o uso em até 72 horas após o ato sexual. Porém, quanto antes a pílula for tomada, maior a chance de sucesso. Estudos relatam que, nas primeiras 24 horas, por exemplo, a eficácia da pílula gira em torno de 90%.
A pílula do dia seguinte é abortiva.
MITO. Ela age antes da ocorrência da gravidez, portanto não aborta. Se a fecundação ainda não aconteceu, o medicamento vai dificultar o encontro do espermatozoide com o óvulo ou postergar a ovulação, caso esta ainda não tenha ocorrido. Se ocorrer gestação, sua tomada não causará danos para o embrião.
O medicamento causa efeitos colaterais.
VERDADE. O uso da pílula do dia seguinte pode causar efeitos colaterais. Alterações no ciclo menstrual, diarreia, vômito, náuseas, dores de cabeça e no corpo, além de aumento de retenção de líquido.
É necessário receita médica para adquiri-la.
MITO. Nos postos de saúde, assim como nas farmácias, a receita não é exigida.
O uso da pílula do dia seguinte tem contraindicações.
VERDADE. Mulheres com distúrbios metabólicos, principalmente insuficiência hepática, problemas hematológicos e vasculares, hipertensão ou obesidade mórbida devem evitar o medicamento.
Se uso anticoncepcional regularmente, preciso da pílula do dia seguinte.
MITO. Quem faz o uso correto da pílula tradicional, tomando-a da forma como foi prescrita pelo ginecologista, está protegida da gravidez.
A pílula do dia seguinte não substitui o uso de métodos contraceptivos convencionais.
VERDADE. Trata-se de um método de emergência, quando não há outro método. Deve-se ressaltar, dentre os métodos contraceptivos, a recomendação de sempre usar preservativos (camisinha), por exemplo, pois também previne homens e mulheres de doenças sexualmente transmissíveis (DST).
*Dr. Renato de Oliveira – Formado em Medicina no ano de 2007 na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Residência em Ginecologia e Obstetrícia entre 2009 e 2012 no Centro de Atenção Integral à saúde da Mulher (CAISM) na UNICAMP. Especialização médica em Reprodução humana na Faculdade de Medicina do ABC, entre 2012 a 2014. Ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis. Membro da equipe de infertilidade do Instituto Ideia Fértil. Participou de diversas publicações sobre endometriose, infertilidade e carcinoma no colo do útero. <natalia.galluzzi@dezoitocom.com.br>