O Dia Mundial de Combate ao Câncer é celebrado em 8 de abril e o principal objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença que é a segunda que mais mata em todo o mundo. O câncer de colo de útero, que é um tumor prevenível, por exemplo, figura como o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres brasileiras, com registro anual de 15 mil novos casos e 5,7 mil mortes em 2018, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), e responsável por mais de 260 mil mortes por ano no mundo todo, por isso é necessária a conscientização da população para a adoção de medidas simples de prevenção que podem ajudar a minimizar essa estatística.
A prevenção primária desse tipo de neoplasia está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV (papiloma vírus humano), que é transmitido por via sexual, oral, vaginal ou anal. O HPV é responsável por quase todos os casos de câncer de colo de útero. No entanto, novos estudos apontam que o HPV também está relacionado ao desenvolvimento de tumores na vulva, pênis, ânus e de cabeça e pescoço, este último com cerca de 40 mil novos casos da doença em todo o Brasil, incluindo o câncer na faringe, que está entre os tumores de cabeça e pescoço que mais são frequentes devido ao HPV.
Faz parte de um sonho coletivo encontrar a cura definitiva para o câncer, neste sentido houve um importante avanço com a vacina contra o HPV para evitar pelo menos alguns tipos de câncer, como o de colo de útero, vulva, pênis, ânus e o de orofaringe (garganta), cuja incidência de tumores vem aumentando no mundo todo, inclusive no Brasil. Além da vacinação, o uso de preservativo nas relações sexuais como medida indispensável de saúde, evitar o consumo de álcool em excesso e o tabagismo são ações importantes no processo de prevenção.
GERAÇÕES FUTURAS
Pensar na erradicação total do câncer pode ser, ainda, uma possibilidade remota, porém, o processo de imunização das neoplasias causadas pelo HPV, como o câncer de colo de útero, por exemplo, coloca-nos frente à perspectiva de cura para toda uma geração, a exemplo da poliomielite. Entretanto, para que a vacinação seja efetiva, é fundamental a conscientização da população sobre a sua importância, já sacramentada mediante diversificados estudos.
Por isso, aderir aos calendários das diversas campanhas e possibilidades de vacinação, submetendo-se à imunização dentro da faixa etária ideal, entre de 9 a 14 anos, torna o resultado mais eficaz, uma vez que nessa fase ainda não houve contato com o vírus considerada a inatividade de vida sexual. Respeitar a manutenção das doses também é fundamental para a sua eficácia, duas doses com intervalo de seis meses entre elas, lembrando que pessoas portadoras de HIV, de ambos os sexos, dos 9 aos 26 anos, também podem ser imunizadas. As doses da vacina são ofertadas gratuitamente pelo Ministério da Saúde nas Unidades Básicas de Saúde.
Recentemente, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer reafirmou a posição da Organização Mundial da Saúde de que a vacinação contra o papiloma vírus humano (HPV) é segura, eficaz e essencial no controle do câncer do colo do útero. O oncologista clínico do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), João Soares Nunes, explica que nos últimos anos houve grande avanço em relação aos conhecimentos sobre o vírus HPV e sua relação com o câncer. “A incorporação da vacina para HPV gerou grande impacto na redução dos casos de câncer de colo uterino em países como Austrália e Reino Unido, esperamos que no Brasil ocorra o mesmo, por isso é importante levar as crianças para vacinar, ela é segura e eficaz.”
O oncologista ressalta a importância de que a vacinação seja complementada posteriormente com o exame preventivo Papanicolau, no caso do câncer de colo do útero, aliando-se a isso hábitos saudáveis. Dr. João Soares Nunes ainda finaliza aconselhando: “é de extrema importância buscar as informações corretas sobre a vacina, ainda mais pela possibilidade de tantas fontes de informações polêmicas sobre o tema”.