Diretora médica do Frischmann Aisengart, da Dasa, explica as principais dúvidas mais frequentes sobre os procedimentos
É preciso fazer jejum para todos os exames? Pode beber água antes da coleta de sangue? O uso de medicamentos pode alterar o resultado da análise de urina? Os procedimentos preparatórios para exames laboratoriais ainda geram inúmeras dúvidas nos pacientes. Pensando nisso, a diretora médica do Frischmann Aisengart, laboratório da Dasa, Myrna Campagnoli, responde às 10 perguntas mais frequentes para ajudar a esclarecer essas dúvidas.
Seguindo as recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, o Frischmann Aisengart, laboratório da Dasa – líder em medicina diagnóstica no Brasil – adotou a flexibilização do jejum para a avaliação do perfil lipídico (colesterol total – LDL, HDL, VLDL e triglicérides), exame importante para a prevenção de doenças cardiovasculares. O novo protocolo diminui o desconforto que alguns pacientes podem sentir ao ficar um período muito longo sem alimentação, principalmente crianças, idosos e pessoas com diabetes. Outro benefício é a amplificação dos horários para agendamento dos exames, que, em alguns casos, não precisam mais ser feitos logo pela manhã.
1) Beber água “quebra o jejum”?
O consumo de água não interfere nos resultados da coleta de sangue, em exames que requerem jejum. Já o exame de urina não exige jejum, mas a médica alerta que o excesso de água pode alterar diversos parâmetros da urina devido a diluição da amostra. “Por isso recomendamos o consumo de, no máximo, 300 ml de água na noite anterior ao exame”, explica a profissional. Um jejum superior a 16 horas tende a causar variações nos testes de sangue. Para evitar alterações, a coleta após jejum prolongado não é recomendada.
2) A alimentação pode afetar a análise das amostras de sangue?
O alimento consumido no dia anterior ao do exame pode interferir no resultado da dosagem analisada, principalmente a de triglicérides. Myrna Campagnoli explica que o paciente com histórico de triglicérides elevado que adotar uma dieta rígida no dia anterior à coleta, ou o paciente com nível de triglicérides normal que consumir alimentos mais gordurosos do que o habitual, poderá obter resultados não condizentes com suas dosagens habituais.
3) Medicamentos podem afetar os resultados de exames laboratoriais?
Alguns sim, como o paracetamol e anti-inflamatórios corticoides, que alteram os níveis de glicose no sangue. Na dúvida, a orientação é conversar com o médico e, se for o caso, avaliar a possibilidade de suspender a medicação por alguns dias. É sempre importante sempre avisar o atendente do laboratório o uso de antibióticos, por exemplo, para que esse dado seja considerado na avaliação da amostra.
4) O paciente deve suspender os medicamentos antes da coleta de sangue?
Não. A suspensão de medicamentos somente pode ser autorizada pelo médico assistente e seu uso deve ser mantido conforme orientação do mesmo. Alguns exames são realizados exatamente para avaliar o efeito do uso do medicamento. Para drogas de monitorização terapêutica, cuja coleta de sangue é sugerida imediatamente antes da próxima dose, é conveniente o paciente trazer consigo o medicamento em uso, para evitar ultrapassar o horário programado para a medicação.
5) Bebida alcoólica e fumo podem alterar os testes?
A bebida alcoólica altera triglicérides e algumas provas hepáticas (fígado). “O ideal é não consumir bebida alcoólica de 72 horas antes da realização dos exames”, recomenda a diretora médica. Já o fumo pode elevar a concentração de substâncias como adrenalina, aldosterona, cortisol e antígeno carcinoembrionário no sangue. O tabagismo também causa alterações no hemograma e a redução na concentração de HDL-colesterol. A especialista do Frischmann Aisengart ressalta que o ideal é evitar o cigarro no mínimo três horas antes da coleta.
6) Como deve ser coletada a urina?
Neste caso, depende do exame a ser realizado. Algumas avaliações requerem o primeiro jato, outras utilizam o jato médio. Em geral, os laboratórios solicitam que seja coletada a primeira urina da manhã, descartando o primeiro jato para evitar contaminação por células e secreções presentes na uretra, sobretudo se houver alguma inflamação ou infecção. Para coletar em outro horário do dia, é preciso permanecer pelo menos quatro horas sem urinar, antes de recolher a amostra. O ideal é que seja colhida em frasco apropriado, fornecido pelo laboratório, seguindo cuidadosamente as orientações de higienização e conservação recomendadas, e seja entregue o mais rápido possível.
7) Existe algum impedimento para coletar sangue caso o paciente apresente gripe, resfriado ou febre?
Em tese, não há problema. Aliás, alguns exames são solicitados porque a pessoa está justamente com febre contínua e a intenção do médico solicitante é verificar se alguma infecção pode ser responsável pelo quadro febril. Mas é importante consultar o especialista ou o laboratório antes de coletar o material, pois em alguns casos pode haver interferência nos resultados, principalmente em situações destinadas a avaliar aspectos metabólicos e imunológicos.
8) Atividade física ou esforço físico atrapalham os exames laboratoriais?
Alguns exames são prejudicados, como PSA, glicose, prolactina, dentre outros. Não é recomendado a prática de atividade física no dia do exame, pois pode comprometer os resultados. Alguns exames específicos como PSA, por exemplo, exigem algumas restrições de atividades por alguns dias ou semanas anteriormente à coleta. O indicado é que o paciente entre em contato com o laboratório para verificar os períodos de pausa.
9) Menstruação interfere nos exames?
Pode interferir no exame de urina. Por isso, o ideal é fazer o exame três dias após o período menstrual. Em caso de urgência, a paciente deverá realizar a higiene das áreas genitais com água e sabão, para evitar contaminação, e fazer a secagem dessas áreas no momento da coleta. E utilizar o tampão vaginal para que o sangue menstrual não se misture com a urina.
10) Quando a orientação do meu médico é uma e a do laboratório é outra, com qual recomendação devo seguir?
A boa prática laboratorial sugere que, para cada exame, há a necessidade de orientação específica. Desta forma, as recomendações dadas ao paciente não podem ser generalizadas e aplicadas rigorosamente. Cada paciente, cada exame e cada situação devem ter suas particularidades analisadas de forma a obter o maior grau de confiabilidade dos resultados. A diretora médica do Frischmann Aisengart, laboratório Dasa, aconselha o paciente a entrar em contato com o laboratório pelos canais de atendimento para confirmar os procedimentos que antecedem as coletas, para evitar equívocos.
Sobre o Frischmann Aisengart
O Laboratório Frischmann Aisengart, da Dasa, foi fundado em 1945 pela Dra. Fani Frischmann Aisengart, uma das primeiras mulheres do Brasil a fundar um laboratório clínico e também uma das primeiras mulheres do Paraná a estudar Medicina. Em 2005, o Frischmann Aisengart foi adquirido pela DASA, importante player de saúde e quinto maior grupo de medicina diagnóstica do mundo. O Frischmann Aisengart é o maior laboratório do Sul do Brasil com mais de 40 unidades em Curitiba, Região Metropolitana, litoral e interior do estado, além de um Núcleo Técnico-Operacional em São José dos Pinhais, onde são processados os exames. Para mais informações acesse: http://www.labfa.com.br.