As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil e as mulheres têm se igualado aos homens neste ranking. Há 60 anos, a proporção de mortes era de nove homens para cada mulher, mas atualmente está praticamente igual (5,3 homens para 4,7 mulheres), de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. A SBC, em parceria com a SBC/PB, irá promover um evento nacional, em João Pessoa/PB, em 17 e 18 de maio, para discutir o assunto. O debate será realizado com 30 das maiores autoridades em Cardiologia do país e na sua maioria mulheres cardiologistas.
Segundo dados do Cardiômetro da SBC, 170 mil mulheres morrem todos os anos por doenças cardiovasculares, sendo 50 mil por derrames (AVCs), 47 mil por infartos e outras 70 mil mortes por doenças hipertensivas e outras doenças cardiovasculares.
“Elas são responsáveis por 30% das mortes do sexo feminino, no Brasil, e matam duas vezes mais que todos os tipos de câncer, incluindo o de mama, que como deve ser, chamam tanta a atenção das mulheres. Porém, é necessário alertar para o risco dos males do coração”, defende o presidente eleito da SBC e idealizador do evento, Marcelo Queiroga. Ele lembra que os sintomas de um infarto, por exemplo, em mulheres são muitas vezes diferentes do relatados pelos homens. “Elas queixam náuseas, vômitos, dor nas costas e no pescoço, falta de ar. Nas mais idosas os sintomas ainda podem ser mais atípicos”, destaca Queiroga que completa: “o diagnóstico é complexo, por vezes, até para os médicos que são especialistas em Cardiologia. Iremos debater no evento, formas de replicar o conhecimento que temos hoje para identificar e prevenir, mesmo em casos assintomáticos, quando a doença já está presente e pode provocar um AVC ou infarto”.
O presidente eleito da SBC ressalta que as doenças cardiovasculares acometem as mulheres com maior frequência depois da menopausa. “Até lá, os estrógenos são protetores cardiovasculares, que baixam muito, quando a mulher deixa de menstruar”. Mas Queiroga orienta que, nas jovens, a associação entre o cigarro e o anticoncepcional representa uma “verdadeira bomba relógio” prestes a estourar a qualquer momento.
No final do evento, os participantes irão redigir um documento com as recomendações para que os corações femininos se tornem cada vez mais saudáveis. “O relatório ‘Mulheres do Coração’ irá dispor das premissas necessárias para a redução da mortalidade das mulheres e será entregue para autoridades governamentais das esferas Federal, Estadual e Municipal”, conclui Marcelo Queiroga.
Cardiologistas debatedoras
Foram convidadas as especialistas mais renomadas, nacionalmente, para alicerçar uma discussão científica de grande importância, mas também para valorizar o trabalho da mulher cardiologista, que ainda é minoria. A proporção de médicas aumentou, nos últimos anos, e saltou de 22%, em 1910, para 45,6% em 2018, com predominância das mais jovens. Mas o crescimento das cardiologistas tem velocidade menor e representa atualmente cerca de 30% do total. “Se considerarmos as cardiologistas envolvidas em docência e pesquisa, essa proporção diminui ainda mais. Nos cinco últimos congressos da SBC, apenas um quinto dos palestrantes foram mulheres”, conta Queiroga que quer mudar essa realidade.
“O evento também pretende ser um divisor de águas e projetar mais as mulheres em nossa profissão”, afirma o presidente eleito da SBC, que será empossado somente em 2.020, mas garantiu uma expressiva participação feminina em sua diretoria e nas discussões científicas futuras da entidade.
Serviço
Evento: Simpósio Mulheres do Coração
Data: 17 a 18 de maio de 2019
Horário: 8h às 18h
Local: Centro Cultural Ariano Suassuna do Tribunal de Contas do Estado
Endereço: Rua Prof. Geraldo Von Sohsten, 147 – Jaguaribe, João Pessoa/PB
Apoios: Universidade Federal da Paraíba, Associação Médica Brasileira/PB, Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, Governo da Paraíba e Departamento de Cardiologia da Mulher/SBC.
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