Como funciona o Teste do Pezinho: exame para recém-nascidos pode detectar doenças que causam danos irreversíveis ao desenvolvimento físico e mental

De simples realização, ele pode detectar seis doenças graves e deve ser feito entre o 3º e 5º dia de vida do bebê.

O Teste do Pezinho é um exame de sangue simples e muito eficaz, que utiliza apenas algumas gotas de sangue obtidas por meio de uma picadinha no calcanhar do recém-nascido. O procedimento é realizado pelo Laboratório Frischmann Aisengart, que integra a Dasa, e é capaz de identificar seis doenças graves que podem impactar a saúde do bebê. É conhecido também como Triagem Neonatal. De acordo com o Ministério da Saúde, somente nos últimos cinco anos, mais de 17 mil recém-nascidos foram diagnosticados com alguma doença por meio do exame. Ainda segundo o MS, em 77% dos casos o teste detecta o hipotireoidismo congênito e a doença falciforme. As doenças identificadas são crônicas, genéticas e incuráveis e o diagnóstico precoce aumenta a chance de preservação da capacidade cognitiva, com mais qualidade de vida para os pacientes.

A diretora médica do Frischmann Aisengart, laboratório Dasa, Myrna Campagnoli, pontua que o Teste do Pezinho precisa estar na lista de prioridades da família. “É necessário que o exame seja feito nos primeiros dias de vida do bebê, indicado entre o 3º e o 5º dia, quando os sinais de doenças são mais visíveis. Por isso oferecemos o exame em uma de nossas unidades de atendimento ou na casa da família, por meio do serviço de Coleta Domiciliar”, explica.

Conheça os tipos de Teste do Pezinho

Existem quatro tipos de Teste do Pezinho, que detectam doenças diferentes:

Teste Básico detecta as doenças fenilcetonúria, hemoglobinopatias, aminoacidopatias, hipotireoidismo congênito e fibrose cística.

Teste Ampliado analisa, além das doenças já citadas, a hiperplasia adrenal congênita.

Teste Plus detecta, além das doenças descritas nos testes anteriores, a galactosemia, a deficiência de biotinidase e a toxoplasmose congênita.

Teste Master é o mais completo, pois inclui, além de todas as doenças já citadas, a deficiência de G6PD, o HIV, a sífilis congênita, as infecções congênitas por citomegalovírus (CMV), a rubéola congênita e a deficiência de MCAD. “Esses exames são de extrema importância, pois quanto mais rápida a identificação e o início do tratamento das doenças, maior a possibilidade de evitar sequelas nas crianças”, reforça.

Doenças detectadas

Myrna Campagnoli enumera as doenças que o exame detecta e explica os principais sintomas de cada uma:

  1. Fenilcetonúria: causa comprometimento neurológico.
  2. Hemoglobinopatias: pode levar a diversos tipos de anemia.
  3. Aminoacidopatias: anomalias geneticamente determinadas pelo metabolismo dos aminoácidos.
  4. Hipotireoidismo congênito: pode levar a malformações físicas e retardo mental.
  5. Fibrose cística: compromete o sistema respiratório.
  6. Hiperplasia adrenal congênita: provoca deficiência de alguns hormônios e aumento na produção de outros.
  7. Galactosemia: faz com que o açúcar do leite não seja digerido, podendo ocasionar comprometimento na coagulação, icterícia (pele amarelada) e catarata.
  8. Deficiência de Biotinidase: pode levar a convulsões e falta de coordenação motora.
  9. Toxoplasmose congênita: pode levar a cegueira e convulsões.
  10. Deficiência de G6PD: facilita o aparecimento de icterícia e anemia.
  11. HIV: detecta a imunodeficiência adquirida.
  12. Sífilis congênita: pode comprometer o sistema nervoso central.
  13. Infecções congênitas por CMV: pode levar a calcificações cerebrais.
  14. Rubéola congênita: provoca deformações congênitas.
  15. Deficiência de MCAD: deficiências genéticas metabólicas.

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