Definida como a incapacidade persistente em obter ou manter uma ereção satisfatória para atividade sexual, a Disfunção Erétil (DE) afeta 45% dos homens no Brasil. Esse número foi revelado na pesquisa “Disfunção Erétil – Resultados do Estudo da Vida Sexual do Brasileiro”, realizado pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Entre os 45% afetados, 31,2% tem uma disfunção mínima, 12,2% moderada e 1,7% completa. Os fatores de risco para a DE mais comuns são a hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, cardiopatias, tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, doenças prostáticas, idade, depressão e outros transtornos emocionais.
O médico psiquiatra Alexandre Serafim ressalta para as causas psicológicas que causam a disfunção, muito frequente como queixa principal no consultório. “Fatores socioeconômicos, como baixa renda e baixo grau de escolaridade, desemprego e estado civil solteiro têm sido também associados à presença de dificuldades de ereção, assim como medo de não satisfazer a parceira ou parceiro e tensões familiares”, explica.
Ainda no estudo da USP, publicado na revista da Associação Médica Brasileira, os homens com dificuldades de ereção, quando comparados àqueles sem esta disfunção, tiveram menos informação sobre sexo durante a infância; mais dificuldades no início da vida sexual; apresentam mais queixa de falta de desejo sexual; têm ejaculação rápida mais frequentemente; consideram sua qualidade de vida sexual insatisfatória ou muito insatisfatória; têm vínculos menos estáveis com suas parcerias, e apresentam mais casos extraconjugais.
“Homens com DE citaram com mais frequência repercussões negativas em diversas situações, tais como baixa autoestima, problemas no relacionamento com a parceira, com os filhos e os amigos, no trabalho e no lazer, quando comparados a homens com outras disfunções sexuais, tais como ejaculação rápida, falta de desejo sexual e disfunção orgásmica”, explica Serafim.
O estudo, que entrevistou 2.862 homens com mais de 18 anos, concluiu que a prevalência da Disfunção Erétil é alta e comparável com a de outros estudos. Homens com DE apresentam menos atividade sexual e prejuízo da qualidade de vida. Idade e condição socioeconômica precária agravam o risco para DE.
Sobre Alexandre Serafim – Alexandre Serafim é médico psiquiatra com aperfeiçoamento em sexualidade humana, comportamento alimentar e medicina do esporte. Idealizador da Clínica Ser e apaixonado pela complexidade do ser humano, baseia suas condutas em compreensões psicodinâmicas e integrativas, levando em consideração que as pessoas não são corpo e mente de forma separada, mas sim uma unidade.