Assuntos como a necessidade de se reinventar no mercado e a inclusão das mulheres nas empresas de T.I atraíram um grande público para o Sebrae, que acompanhou o MyInova Summit 2019, realizado pela Assespro-PR
Agilidade nos negócios e a importância da diversidade de genêro nas empresas foram os temas centrais que atrairam um grande público ao Sebrae-PR nos dias 21 e 22 de agosto. Eles acompanharam o MyInova Summit 2019, evento de tecnologia e inovação realizado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná (Assespro – PR) em parceria com a Federação Assespro.
Nos dois dias, o auditório esteve lotado, com a participação de mais de 800 profissionais do setor. Apesar de terem começado cedo, às 8h30, e se estendido até 18h, muita gente reservou esse tempo para prestigiar as palestras, os workshops e todas as outras atividades disponíveis. Uma dessas pessoas foi a Luciane Bonato, da Fomento Paraná: “Participei do MyInova nos dois dias, do começo ao fim, e achei sensacional. Eu já imaginava que teria conteúdos disruptivos e de qualidade, mas o evento foi além disso e superou as minhas expectativas”, conta Luciane.
“Recebemos gente de todo o estado e de todo o Brasil e a avaliação das pessoas com quem tenho conversado é muito positiva em relação ao conteúdo apresentado e ao impacto que está causando no mundo dos negócios. Um evento como esse movimenta e dá visibilidade para o ecossistema. Mas, além de tudo, gera conexões entre todos e mostra a importância que a tecnologia e a inovação têm em todos os setores. A gente mal terminou essa edição e já tá planejando o evento do ano que vem, porque a aceitação foi realmente muito grande”, afirma Adriano Krzyuy, presidente da Assespro – PR.
Cada um dos dias foi destinado a um tema diferente. O primeiro focou em Business Agility e teve o objetivo de mostrar que as empresas precisam ser mais ágeis e se transformar com mais rapidez, acompanhando assim o ritmo da tecnologia e da sociedade, que têm se reinventado com extrema velocidade.
Michael Hamman, cofundador da Agile Leadership Institute, coach e professor, abriu o evento no dia 21 dizendo que para haver inovação é preciso, antes de tudo, que as pessoas sejam inovadoras: a transformação precisa começar pelo ser humano, pela maneira de pensar e agir.
Ele também convidou as pessoas a pensarem sobre o conceito VUCA – que nasceu no final da década de 1980 e passou a ser integrado ao universo corporativo recentemente. A sigla descreve quatro características do momento atual: volatilidade (volatility); incerteza (uncertainty); complexidade (complexity); e ambiguidade (ambiguity). Diante desse cenário, Michael destacou a necessidade de que as pessoas se reinventem para continuar tendo visibilidade no mercado.
No dia 22, o tema foi a Mulher na Tecnologia, dando ênfase para o protagonismo feminino nesse setor, que têm crescido bastante, como apontou um levantamento realizado pela Assespro – PR em parceria com o Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná. Segundo o estudo, a taxa de crescimento de mulheres empregadas no setor de TI (Tecnologia da Informação) é de 48%, enquanto que no total da economia é 37%.
Mas a pesquisa também revelou que o cenário ainda é preocupante: apesar de as mulheres ganharem 10% mais que os homens em cargos como Técnico em Programação, em cargos mais altos, como o de Diretor de Serviços de Informática, elas recebem 70% menos do que eles. Frente a essa realidade, o segundo dia do MyInova não só teve as mulheres como tema, mas abriu espaço para que elas próprias trocassem experiências, defendessem estratégias e propusessem mudanças ainda necessárias nessa empreitada.
“A trilha dedicada às mulheres evidenciou sua enorme contribuição para o setor de tecnologia, mas também revelou que o mundo corporativo está entendendo que se não houver diversidade, é impossível entregar algo que as pessoas realmente desejam e que tenha aderência no mercado. Ainda há muito para transformar, é preciso sair da zona de conforto. Mas o mundo inteiro está percebendo a necessidade disso devido aos avanços tecnológicos”, declara Robert Janssen, vice-presidente de Relações Internacionais da Assespro Nacional.
Além de tudo isso, houve uma homenagem especial para algumas empreendedoras em destaque no cenário nacional, como a Andreia Oliveira, CEO da iBench. Ela contou que a iBench, criada por cinco mulheres cientistas brasileiras, é uma plataforma online que promove e facilita as conexões entre os laboratórios e fornecedores de produtos laboratoriais usados nas pesquisas, através da tecnologia.
“Sou cientista da biologia do câncer e, durante a minha tese de doutorado, eu precisava encontrar um reagente para a pesquisa, mas não conseguia. Esse é um grande problema na ciência, porque o processo de compras de produtos de laboratório na universidade é feito de porta em porta, como era no século XX, de forma nada eficiente. Corri um grande risco de atrasar a pesquisa e daí surgiu a ideia para a criação do iBench”, contou Andreia.
As outras homenageadas foram a Aline Fróes, co-fundadora da VainaWeb, que possui duas frentes de atuação, o Social EdTech e o Corporate EdTech; Aline Deparis, fundadora e diretora da Maven; e a Paula Pedroza, fundadora da Audima.
“A gente precisa de executivos que tenham uma ampla consciência econômica e social e que entendam que desenvolvimento parte, sim, de pessoas. E a gente precisa ajudá-las a se desenvolver, essa é nossa maior forma de construir um país produtivo, saudável e sustentável. Por isso, uma das ações do Vai na Web é ensinar as mais sofisticadas linguagens de programação a jovens em situação de pobreza”, declarou Aline Fróes.
“O evento teve muita qualidade e as pessoas estavam muito otimistas e decididas a descobrir o que é necessário para criar negócios inovadores, mas também humanos no século 21. O que eu pude perceber nesses dois dias é que as pessoas não se preocupam somente com o sucesso financeiro, mas também com o sucesso profissional e demonstram o desejo de conquistar os objetivos juntas”, concluiu Michael Hamman.