A cirurgia ortognática, que corrige a posição dos maxilares, pode ser a solução para quem sofre de Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). O índice de sucesso no tratamento pode chegar a 100% dos casos, segundo o Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial.
Para as cirurgias de avanço maxilomandibular, o ganho de vias aéreas chega a 75% de diâmetro dessas estruturas. “O sucesso dos resultados é previsto mesmo após uma pequena perda provocada pela acomodação da musculatura do paciente, que acontece até seis meses após o procedimento”, explica o presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, José Rodrigues Laureano Filho.
Esse tipo de intervenção é feita por um cirurgião-dentista, que promove a movimentação das bases ósseas da mandíbula e da maxila, que interferem diretamente nas vias aéreas dos pacientes operados. “Com o movimento de avanço da maxila e da mandíbula, é possível ampliar as dimensões das vias aéreas dos pacientes, otimizando assim sua respiração, principalmente durante o sono”, detalha Laureano.
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é caracterizada quando se observa uma interrupção parcial (mais de 50% do volume respiratório) ou total (100%) da respiração durante o sono, por um período que varia de 10 segundos, podendo ir a até mais de um minuto. Essa desordem do sono provoca sonolência diurna excessiva, ronco, cansaço mesmo após uma noite de sono, sensação de boca seca, enxaqueca durante o dia, ausência de sonhos, diminuição da libido e sinais de depressão, além de desordens respiratórias e cardiovasculares.
José Rodrigues Laureano Filho explica que causa da SAOS está associada a diversos fatores, como o estreitamento das vias aéreas, obesidade, crescimento de cornetos, adenóide e língua. O uso do álcool também pode ser um fator agravante do quadro.
Estudos epidemiológicos indicam que a ocorrência dessa síndrome pode aumentar com a idade do paciente, podendo chegar a números que variam de 28 a 67% em homens com 60 anos e 20 a 54% em mulheres acima dos 60 anos. Outros fatores que podem aumentar esses índices são o diabetes (50% dos pacientes diabéticos desenvolvem a síndrome) e a obesidade (77% dos obesos apresentam a doença). Hipertensão, insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio também estão diretamente associados à apneia.
“Em todos esses casos se indica uma investigação clínica. Vários pacientes sofrem com os problemas causados pelo quadro clínico de SAOS e não buscam tratamento, o que pode levar a problemas afetivos em casa, baixo rendimento no trabalho e aumento no risco de acidentes de trânsito. Dessa forma, é fundamental a ampla divulgação que este problema tem cura através de um tratamento especializado”, conclui Laureano.