No próximo dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes, uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, um hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. Atualmente, a doença atinge cerca de 13 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o que representa 6,9% da população nacional.
O aumento de glicemia no organismo causado por diabetes pode desenvolver problemas no coração, nos olhos, nos nervos e nos rins. Em casos mais sérios, a doença pode levar à morte. “Não há cura, apenas os medicamentos hoje em dia controlam a glicemia e reduzem as complicações. O tipo 2 da doença é o mais comum em adultos, chegando a 90% dos casos”, explica Dr. Miguel Carlos Riella, presidente e nefrologista da Fundação Pró-Renal.
Por ser uma doença silenciosa, ela pode existir por anos sem sintomas. “Os sintomas clássicos são os derivados dos altos níveis de glicose no sangue como sede, aumento do volume de urina, aumento do apetite, infecções urinárias e de pele recorrentes, entre outros”, pontua o médico. Mudanças de humor, fadiga, náuseas, vômitos e perda de peso, formigamento nas mãos e pés, visão embaçada e feridas que demoram para cicatrizar também podem ser indícios da doença, tanto diabetes tipo 1 quanto diabetes tipo 2.
Foram esses sintomas que fizeram Allan descobrir a doença. “Eu tomava muita água, era questão de um, dois litros e ia muito ao banheiro fazer xixi, era de três a quatro litros de urina”, descreve. Ele entrou em um estado de desidratação profunda. “Ninguém sabia o que era diabetes na época, minha mãe me levou em uma médica que receitou uma vitamina com bastante glicose”, conta. Ele fez uso da dieta por um dia e meio. “Entrei em coma diabético, fui direto para a UTI e fiquei 30 dias em coma”. Mas apesar de conviver com a doença, Allan leva uma vida normal. Seu tratamento é feito com bomba de infusão de insulina, o que melhorou consideravelmente sua qualidade de vida. Ele soma também a prática de exercícios físicos e alimentação saudável, seguindo a recomendação médica. Allan também é Paciente Renal Crônico e faz tratamento de diálise peritoneal devido a perda da função renal decorrente da Diabetes.
É importante que ao sentir qualquer sintoma o médico seja consultado para iniciar o tratamento o quanto antes. “Uma vez diagnosticado, o paciente precisa ser bem orientado por um médico especialista para melhor controle da glicemia e dos hábitos diários, como dieta, exercícios, entre outros, para minimizar as complicações”, explica o nefrologista da Fundação Pró-Renal.
Doença renal — Os rins são órgãos compostos por milhões de vasinhos sanguíneos que ajudam a remover os resíduos do sangue. Sua capacidade de filtragem pode sofrer danos por conta de diabetes. O alto nível de açúcar no organismo faz com que os rins filtrem mais sangue, sobrecarregando os órgãos e fazendo com que moléculas de proteína sejam eliminadas pela urina (microalbuminúria).
Quando a doença renal é diagnosticada por meio da microalbuminúria, há tratamentos que podem evitar complicações. Quando é detectada tardiamente (macroalbuminúria), a complicação é chamada de doença renal terminal. Com o tempo, os rins acabam perdendo seu funcionamento, levando o paciente a precisar de um transplante ou sessões regulares de diálise.
Pé diabético — A doença arterial periférica diminui o fluxo de sangue para os pés e é um dos problemas que acomete muitas pessoas com diabetes com úlceras e infecções que podem ocasionar amputação do(s) membro(s). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada minuto, três pessoas são amputadas no mundo por consequência de diabetes. Segundo o Ministério da Saúde, um quarto dos diabéticos desenvolve úlceras nos pés e 85% das amputações de membros inferiores é feita em pessoas com diabetes.
“O paciente com diabetes tem a perda da sensibilidade, mudança na estrutura óssea dos pés; tudo isso se dá pela neuropatia diabética. Quando o paciente já apresenta estas alterações não existe cura, somente um controle dos sintomas mediante ao paciente controlar o diabetes para não ter mais complicações”, explica Ruth Pimenta, podóloga e enfermeira da Fundação Pró-Renal.
No entanto, ainda segundo o Ministério da Saúde, muitas amputações são evitáveis quando se tem cuidados regulares, como acompanhamento médico e o uso de sapatos adequados. “Sempre orientando quanto a hidratação, secar bem os pés após o banho, não cortar as unhas em casa, não usar chinelos de dedo, olhar os sapatos antes de calçar, utilizar sapatos adequados para as alterações em seus pés”, complementa a podóloga.
Segundo a Fundação Pró-Renal, a pessoa que apresentar alguma deformidade, ferida ou outras situações diferentes nos pés, deve consultar sempre um podólogo para as devidas orientações. “Muitas vezes conseguimos evitar problemas mais sérios e até uma amputação ao realizar a prevenção e os tratamentos devidos”, ressalta a podóloga da Fundação Pró-Renal.
Sobre a Pró-Renal
Criada em 1984 por iniciativa do médico Dr. Miguel Carlos Riella, a Fundação Pró-Renal é uma entidade beneficente que assiste pacientes renais crônicos e pacientes em tratamento conservador. Atualmente, atende cerca de 15 mil pacientes por ano e desenvolve campanhas educativas nas empresas, escolas e comunidade para a prevenção das doenças renais. Também presta atendimento integral humanizado aos pacientes ambulatoriais, em diálise e em pré-transplante, fornecendo o apoio necessário para o aumento da sobrevida e melhora na qualidade de vida. www.pro-renal.org.br. / Redes Sociais: @fundacaoprorenal