Sempre nas rodas de conversa sobre alimentação tem alguém que expressa “pode comer de tudo, só ter equilíbrio”. Tudo é muita coisa minha gente, e tão vasta é a variedade de “alimentos” que nos é ofertada que fica difícil manter o equilíbrio. Difícil até saber o que realmente é alimento. Será que todos os alimento são do bem? Além dos prazeres da mesa de uma boa comida seu alimento pode trazer benefícios para sua vida que você nem perceba.
É preciso entender primeiro o que são, ou que podemos considerar, alimentos do bem, e depois, pensar na melhor forma de usá-los, nas quantidades e combinações entre eles para que se aproveite todos os seus benefícios. Então vamos começar por saber o que é um alimento. O biscoito integral com requeijão light que faz parte do café da manhã da sua dieta é um alimento? Sim ou não?
Algumas definições encontradas nos dicionários diz: “é toda substância digerível que sirva para alimentar ou nutrir” ou “é toda substância que introduzida no organismo, serve para nutrição dos tecidos e para produção de energia”, ou ainda, “é aquilo que os seres vivos comem para a sua subsistência” e ainda tem essa “é toda substância utilizada pelos seres vivos como fonte de matéria e energia para poderem realizar as suas funções vitais, incluindo o crescimento, movimento e reprodução”.
Pelas definições citadas, o café da manhã que mencionei acima é um alimento, afinal, são substâncias que serão ingeridas pelo seu organismo que servirá para alimentar, dar energia (pois contém calorias) para suas funções vitais e alguma nutrição. Agora, se é do bem, já é outra coisa. Aí recorro de novo ao dicionário para definição da palavra bem: “aquilo que enseja as condições ideais ao equilíbrio, à manutenção, ao aprimoramento e ao progresso de uma pessoa ou de uma coletividade.”
Então, quando falo em alimentos do bem espero algo que vai muito mais além do que substâncias que digeridas vão alimentar e dar energia para as funções vitais. São verdadeiros presentes da natureza, que podemos minimamente manipular, que vai dar as condições ideais ao equilíbrio, manutenção e desenvolvimento a vida, ou seja, do seu organismo. Uma corrente de profissionais da área da saúde, pesquisadores e adeptos de uma alimentação saudável classificam os alimentos quanto sua energia vital em quatro categorias que podem nos ajudar nas escolhas pelos alimentos do bem. A saber de modo bem simples e direto:
1.Biogênicos: são alimentos vivos que geram vida, estão repletos de nutrientes biodisponíveis e enzimas. Incluímos aí os brotos, sementes germinadas, geleia real, algas, verduras e legumes novos e recém colhidos.
2. Bioativos: alimentos vivos que ativam a vida, cheios de nutrientes que ajudam na desintoxicação do organismo e promovem a saúde fornecendo energia por serem consumidos no seu estado natural ou minimamente processado. Incluímos ai verdura, legumes e frutos maduros, sementes e grãos integrais (deixados de molho).
3. Bioestáticos: alimentos que degeneram a vida sobrecarregando o organismo consumindo muito da nossa energia no processo de digestão e liberando toxinas que contribuem para o envelhecimento das células, além de conter pouca disponibilidade de nutrientes. Incluímos aqui carnes, peixes, aves, frutos do mar, ovos, leite e derivados.
4. Biocidas: alimentos que matam a vida, oriundos de processos físicos, químicos e artificiais que aceleram o envelhecimento celular, reduzem a produtividade e o funcionamento equilibrado do organismo e provocam a carência nutricional e a incidência de doenças crônicas consequentemente. São eles: açúcar, sal, refinados, refrigerantes, gorduras hidrogenadas, embutidos, produtos altamente processados e com agrotóxicos.
Eu sei que vocês agora devem estar pensando: “Meu Deus!! O que fazer?” Calma, a intensão aqui é informar e fazer com que você tenha mais consciência nas suas escolhas. É claro que não vamos conseguir viver somente de brotos e verduras colhidas na hora. Mas que tal aumentar ou incluir a ingestão destes alimentos, ou pelo menos diminuir drasticamente aqueles que nos matam?
Estamos neste mundo para ser feliz, então aprecie os momentos de “felicidade” ao comer seu chocolate ao leite preferido em ocasiões especiais pra você e não todos os dias, assim como incluir brotos, verduras e legumes frescos também trarão para sua vida momentos de felicidade se inclusos nos seus hábitos com maior frequência, pois tenha certeza da maior disposição que você terá em realizar todas as suas atividades.
Para um bom equilíbrio o ideal é ter como hábito alimentar consumir entre 60 a 80% biogênicos e bioativos, 25% dos bioestáticos e 5% dos biocidas. Bom, como sempre, quero ajudá-lo a melhorar suas escolhas e colocar em pratica o que abordo como o tema, por isso vão as dicas aqui ao se alimentar:
1. Pare e pense um pouquinho (isso se torna automático com o tempo). Em qual categoria esse alimento se encaixa? Lembram do exemplo do
café da manhã que eu citei no início?
2. Comece a reparar na quantidade habitualmente consumida de cada um deles e tente enquadrar no equilíbrio ideal. Pronto, agora sim: “pode comer de tudo, só ter equilíbrio” sabendo o que é o “tudo” e o que é “equilíbrio”
É importante não transformar isso numa neurose, comece aos poucos avaliando seus gostos e hábitos alimentares. Procure incluir novos sabores e experiências com alimentos mais saudáveis, ao invés de radicalmente eliminar da vida aquele pudim de leite condensado que tanto você ama e te lembra os fins de semana na casa da mãe.
Que tal começar a experimentar um suco verde ou kombucha num dia quente algumas vezes ao invés de cortar radicalmente o refrigerante de sua vida?
Todo início de um caminho, começa com o primeiro passo. A escolha é sua.
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