“Em um mundo extremamente desigual, a necessidade de se discutir a prática da ética na saúde é essencial para desenvolver o exercício da empatia e, principalmente, da alteridade”, destacou o embaixador da campanha e professor da USP, Paulo Saldiva
O Instituto Ética Saúde (IES) acaba de lançar, em parceria com o Instituto Não Aceito Corrupção (INAC), a campanha “Ética Não é Moda, Ética é Saúde!” (www.eticanaoemoda.org.br).
“Os objetivos são difundir e fortalecer as ações conduzidas pelo IES para a prevenção e o combate aos desvios de conduta na saúde e sensibilizar a sociedade sobre a cultura ética no segmento e, assim, consolidar um ambiente de boas práticas, onde o maior beneficiado será o próprio indivíduo. Todos nós, como cidadãos, ao evitarmos pequenas práticas que encarecem o sistema, estaremos disseminando a Ética e ajudando a transformar o Sistema de Saúde no Brasil”, destacou o presidente do Conselho de Administração do Instituto Ética Saúde, Gláucio Pegurin Libório.
A campanha, que faz um alerta para a contradição atual do uso constante da palavra Compliance – que traduz um comportamento de integridade -, e muitas vezes, fica esquecida na fala e não é colocada em prática, também reforça a obrigação de todos, seja profissional de saúde ou não, atuarem com transparência, sem aceitar desvios éticos. “Precisamos mudar a cultura das pessoas para que elas se preocupem mais com a ética e com a integridade. Excelente esta ação de comunicação do IES. O INAC está junto, participe! Envolva-se nesta ação e faça a sua parte!”, apoiou Livianu.
O médico patologista, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador, Paulo Saldiva, o primeiro embaixador da campanha “Ética Não é Moda, Ética é Saúde!”, lembrou que em um mundo extremamente desigual, a necessidade de se discutir a prática da ética na saúde é essencial para desenvolver o exercício da empatia e, principalmente, da alteridade. Para ele, “o ponto central é discutir claramente os limites do atendimento da saúde, pois num mundo onde a medicina tem um valor comercial, muitas vezes os médicos têm que optar por um tratamento que, talvez, não seja o melhor para o paciente, mas é o que pode ser pago. Isso é um dilema claramente ético. Envolve conceitos da filosofia como epistemologia, a ética e a lógica, portanto, nada mais oportuno que um Instituto com esse perfil de ética e saúde”.
A deputada Federal Adriana Ventura, presidente da Frente Ética Contra a Corrupção na Câmara e no Senado, também apoia a campanha do IES. “É muito importante que a gente tenha uma ação que ligue essas duas pontas – Ética e Saúde. É uma iniciativa maravilhosa”.
O presidente do Conselho de Administração do IES também ressaltou que os programas do Instituto foram criados justamente para auxiliar as empresas a adotarem condutas mais éticas, contribuindo, diretamente, para um melhor uso do sistema de saúde. “Nós, do Instituto Ética Saúde, temos muito orgulho do que construímos. Defender a ética, seja na medicina ou em qualquer ação do dia a dia, é uma obrigação como cidadão, consumidor, contribuinte, como pai. Nós não devemos aceitar os desvios e o nosso trabalho é contínuo. Se a pessoa tem alguma dúvida, nós vamos deixar bem claro que ela precisa ser honesta, os nossos programas e ações existem para isso. A ampliação do acesso à saúde também passa por prática corretas dos profissionais da saúde, dos hospitais, dos fornecedores, do SUS e da saúde suplementar e em função disso que vamos seguir em frente nessa busca”, finalizou Gláucio Pegurin Libório.