No quarto episódio da série A Chat About Tech, especialistas da IBM e da startup Tinbot Robótica apontam como será o futuro e como seria o robô ideal
A transformação digital vem influenciando tudo ao nosso redor. O avanço da inteligência artificial e da robótica sobre as atividades humanas já é uma realidade e os questionamentos sobre nosso papel na sociedade só aumentam: Os robôs tomarão o lugar dos humanos? Teremos emprego no futuro?
Esse é o tema do quarto episódio da série “A Chat About Tech Robótica”, organizada pela DB1 Global Software, uma empresa do DB1 Group, especializada no desenvolvimento de software sob demanda.
Confira a lista dos especialistas que discutem as principais tendências sobre robótica e IA no Brasil e no mundo:
- Éber Gustavo, Watson Marketing Leader na IBM
- Marco Diniz Garcia Gomes, Product Owner da startup Tinbot Robótica
Segundo Éber Gustavo os impactos da robótica e da IA são positivos. Ele acredita que “não vão substituir o ser humano. A máquina ajuda a gente em muitos processos rotineiros, em executar ações que não são tão satisfatórias para o ser humano. De acordo com um estudo do Gartner, uma quantidade enorme de novas profissões surgirá com a robótica e a inteligência artificial e o foco vai ser cada vez mais no bem-estar do ser humano e não tanto em atividades rotineiras”.
Sobre o medo de os robôs substituírem as pessoas Marco Diniz Garcia Gomes explica que é preciso analisar o que está acontecendo no mundo com a transformação digital. “Há uma geração grande de empregos. Por exemplo, você pega um caso como o i-Food, você tem os produtores de alimentos, os motoboys que fazem a entrega, toda a cadeia produtiva, desde o agricultor até o entregador, você tem uma cadeia de empregos muito grande que foi gerada até ali. E isso, o que permitiu foi a inteligência artificial dos aplicativos, da otimização de entrega que garante este conforto pra pessoas receberem o produto em casa. Então, você pode substituir alguns setores, algumas atividades, mas você gera outros em outras pontas da cadeia. Logo, acaba se equilibrando ou até o número de empregos gerados acaba superando os que são substituídos”.
Éber explica que muitas outras revoluções já ameaçaram o status quo em suas épocas como o carro que substituiu a carroça, a TV que substituiria o rádio. “O medo existe, mas é passageiro. Só precisamos identificar quais são as novas profissões que vão surgir e, a partir daí, utilizaremos a tecnologia existente da melhor maneira”.
Para Marco os robôs já estão sendo utilizados na indústria, no comércio, nos serviços e só trarão benefícios. “O impacto da robótica e da IA na sociedade é diminuir custos, evitar desperdício, o aumento da produtividade, além do acesso a bens, produtos e serviços que antes só eram acessíveis a pessoas com nível financeiro mais alto”, explica.
“Acredito que o medo do futuro com robôs e IA é circunstancial, pois são apenas tecnologias e ao longo do tempo a humanidade foi criando várias ferramentas. Criaram prédios, criaram muros e um muro pode ser para construir uma casa, mas também pode separar pessoas, etnias. A pólvora pode movimentar máquinas, mas também pode matar. O que faremos no futuro não depende da tecnologia, depende das pessoas”, analisa Marco.
O especialista da IBM comenta que na indústria, a aplicação de robôs já é um fato, principalmente na indústria automobilística. Mas já existem aplicações de robôs na cozinha, fazendo comida mesmo, e em outras atividades que a partir dos próximos anos a gente vai ver mais no nosso dia-a-dia, inclusive no Brasil”.
O “pai” do robô Tinbot analisa que a robótica, “até alguns anos atrás, era muito forte na produção industrial, soldas, serras, na parte mecânica… O que estamos vendo agora é na parte de inteligência. Como uma câmera que detecta falhas e para a produção para evitar desperdício lá na frente. Então a questão de serviços e tarefas relacionadas a inteligência são as vertentes em que a IA mais vai se desenvolver nos próximos anos”.
Para o responsável pelo Watson IBM, “o robô ideal é aquele que estaria conectado a tudo, evitando que a pessoa precise estar conectada o tempo todo. Ele conseguiria gerar insights sobre sua rotina, mostrar como melhorá-la, listar prioridades, atividades que às vezes passam despercebidas no dia-a-dia, mas que tomam muito tempo”.
Já para o diretor da Tinbot Robótica, não dá para idealizar um robô dos sonhos, assim como não existe uma pessoa ideal. “Não tem! Há pessoas ideais para alguma tarefa. Da mesma maneira com robôs. Há robôs com funções mecânicas que podem ser usados na indústria, para salvamento de pessoas em áreas de risco, e robôs que não se movam e possuam apenas inteligência avançada, utilizados na educação, para análises clínicas ou psicologia. O que existe é uma situação e o robô ideal para aquela situação”.
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