A lei é de 1991, mas o sistema de cotas em empresas ainda é muito pouco engajado e se mostra imaturo perante tantas oportunidades.
De acordo com Madalena Feliciano, gestora de carreira da empresa de recolocação Outliers Careers, “a empresa que efetua a seleção deve estar preparada para viabilizar a contratação desse segmento. Principalmente, precisa ter claro que as exigências a serem feitas devem estar adequadas às peculiaridades que caracterizam as pessoas com deficiência. Se isto não ocorrer vai ser exigido um perfil de candidato sem qualquer tipo de restrição, o que acaba por inviabilizar a contratação dessas pessoas”, explica.
Empresas com mais de mil funcionários precisam ter 5% do quadro de funcionários preenchido por pessoas com deficiência. Mas, apenas 8% das companhias brasileiras cumprem essa meta. Em alguns casos, gestores imaginam que não há pessoas com deficiência o suficiente para cumprir as cotas previstas por lei. “Há uma crença de que essas pessoas não seriam qualificadas o suficiente para preencher os requisitos. No entanto, segundo pesquisas, uma em cada quatro pessoas têm ensino médio completo”, destaca Madalena.
Muitos gestores deixam de contratar pessoas com esse perfil porque acreditam que os custos para tornar o ambiente acessível seriam muito altos. Essa preocupação acaba se tornando mais um obstáculo para a inclusão. Porém, segundo a especialista, “as equipes de recursos humanos deveriam dar mais foco a integração de pessoas com deficiência, para que elas se sintam parte da empresa”, diz ela.
Por fim, “é preciso que as empresas brasileiras se dediquem mais a conhecer e entender as qualidades e características dos candidatos portadores de necessidades especiais para que eles sejam posicionados em vagas que permitam ao profissional ser produtivo e feliz”, finaliza a gestora da Outliers Careers.
Madalena Feliciano, Outliers Careers
Gestora de Carreira