O mercado de criptomoedas na América Latina está subindo rapidamente

imagem: pixabay.com

O uso da tecnologia blockchain juntamente com investimentos e compra de criptomoedas estão em ascensão na América Latina. A falta de regulamentação do dinheiro digital envolveu a indústria em histórias de empresas criminosas, e não há dúvida de que a corrupção, a confidencialidade e a lavagem ilícita desempenham um papel importante na adoção da criptomoeda na América Latina.

Mas a adoção do Bitcoin e outras criptomoedas com alta velocidade na região também decorre de iniciativas inovadoras para combater a corrupção e o roubo, aumentar a produtividade corporativa e promover políticas públicas benéficas.

Uma adoção de criptografia jovem, sem banco e conectada

De acordo com um estudo publicado no ano passado pelo Statista, um dos principais portais estatísticos do mundo, a região da América Latina tem o maior número de usuários de criptomoeda do mundo.

Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e México figuram entre os 10 principais países de criptomoeda (convém notar que a Venezuela não fez parte do estudo). Por sua vez, Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e França estavam mais perto do fim da lista.

O motivo

Grande parte da América Latina foi abalada pelo caos financeiro nos últimos anos, com o desemprego, reservas em queda e inflação. Apesar da criptomoeda acarretar risco e volatilidade, os ativos digitais tornaram-se uma alternativa viável às moedas nacionais instáveis.

Bom para remessas

Da mesma forma, a criptomoeda oferece um método rápido e seguro para enviar remessas. Startups como a La PlataForma do Chile, por exemplo, permitem que os usuários transfiram fundos para familiares ou amigos em vários países da região por meio da tecnologia blockchain. Enquanto milhões de venezuelanos fogem para ganhar uma vida nova em outros países, a empresa colombiana Valiu criou um sistema baseado em blockchain que transfere remessas para a Venezuela em menos de uma hora e de maneira a evitar perdas ou roubos.

Enquanto isso, em muitos países da América Latina a barreira à entrada para criptomoeda é frequentemente menor do que as formas tradicionais de gerenciamento financeiro. Aproximadamente metade da população latino-americana não tem acesso a serviços bancários básicos. Apenas 113 milhões de pessoas em uma população de aproximadamente 650 milhões têm cartão de crédito. 

Por outro lado, o Banco Mundial relata que 55% dos adultos da região possuem telefone celular e têm acesso à Internet, 15% acima da média nos países em desenvolvimento. Uma grande população sem conta bancária com acesso a WiFi torna muito mais fácil mergulhar na criptomoeda do que abrir uma conta corrente.

Regular a criptografia

Um fator importante que irá expandir, amadurecer e normalizar o setor de criptomoedas na América Latina é a participação ativa dos governos na regulamentação e promoção do mercado.

Isso já está acontecendo. Em 1 de agosto de 2019, a regulamentação que exige que os residentes brasileiros relatem transações envolvendo criptomoedas entrou em vigor no Brasil. A Receita Federal do Brasil registra cerca de R$ 12,5 bilhões em um total de 2,49 milhões de transações de criptomoeda, declaradas pelos contribuintes entre agosto e setembro de 2019. O Banco Central do Brasil também reconheceu oficialmente as criptomoedas como um ativo no cálculo da balança de pagamentos.

É esperado um crescimento ainda maior de criptomoedas na América Latina que, em paralelo com uma regulamentação adequada, pode tornar esta região líder mundial em transações com criptomoedas.

m.p.a.

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