O uso de técnicas para alongar as unhas não é recomendado para qualquer pessoa, pois pode ocasionar problemas que vão desde unhas frágeis e quebradiças até mesmo infecções.
As mulheres adoram cuidar das unhas e quem quer vê-las compridas acaba recorrendo às diversas técnicas de alongamento, como aplicação de unhas de gel, porcelana, fibra de vidro e acrílica. Porém, é necessário ter atenção: “Nem todas as pessoas podem usar unhas postiças. Pessoas com algumas doenças na pele ou nas unhas, por exemplo, não devem usar. Alérgicos aos componentes do adesivo, pessoas com a pele sensível, com psoríase da unha e infecção também devem evitar, pois o trauma pode piorar doenças da pele e das unhas”, explica a dermatologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Além disso, mesmo que sua unha seja saudável, podem ocorrer problemas causados pelas técnicas de alongamento. “Todas essas formas de alongamento danificam as unhas originais, pois, ao serem retiradas, acabam levando camadas de queratina da nossa unha original. Os sinais visíveis são unhas frágeis e quebradiças”, explica a dermatologista.
Na técnica de unha de porcelana, por exemplo, usa-se um líquido e um pó acrílico que fazem com que a unha fique um pouco áspera e “arenosa”. “Mas, se a profissional for cuidadosa, é possível fazer uma unha fina e delicada, ideal para usar com esmalte por cima”, completa a Dra. Kédima. No caso da unha de gel, usa-se um gel para modelar a unha, que posteriormente seca em uma cabine de luz ultravioleta. “Essa técnica permite um acabamento mais bonito, porque o gel é um material fino e quase transparente. O resultado é uma unha mais lisa, que pode ser usada sem esmaltes. Já a unha de Acrigel usa uma camada de pó acrílico de porcelana entre as camadas de gel, o que ajuda a dar mais resistência à unha. As unhas são limpas e preparadas antes de receber o gel. Depois, as camadas de gel são aplicadas com um pincel, entre uma camada e outra. Por fim, as mãos ficam alguns minutos dentro de uma cabine de luz ultravioleta para secarem”, complementa a Dra. Kédima.
No caso do acrílico, a Dra. Kédima explica que este material traz um efeito mais artificial, enquanto as unhas em fibras são usadas em unhas mais frágeis. “Estes materiais podem causar alergias, dependendo da sensibilidade de cada um. Todas as unhas ficam fracas quando os produtos são retirados. Algumas vezes os materiais se descolam um pouco das unhas deixando alguns orifícios. A umidade entra por esses orifícios, tornando-os um ambiente perfeito para a proliferação de fungos. Algumas bactérias também se beneficiam deste ambiente. Por isso, é sempre necessária uma manutenção adequada”, destaca a médica. “Os produtos geralmente são bons e o efeito estético também, porém, a técnica e a manutenção são essenciais. Não pode haver nenhum descolamento no local propiciando o aparecimento de fungos e bactérias. Qualquer uma das técnicas pode trazer consequências maléficas para as unhas”, afirma a dermatologista Dra. Kédima.
De acordo com a médica, para evitar que fungos e bactérias invadam as unhas, também é importante realizar os procedimentos com um bom profissional, que não deixará espaços embaixo da unha ou bolhas de ar. “E para que elas durem mais, o ideal é usar luvas para lavar louça, evitar contato com água muito quente, evitar o contato com solventes de tintas ou acetona e fazer a manutenção a cada 15 dias. Cremes hidratantes e bases são ótimos aliados para evitar que as cutículas ressequem e estraguem a unha”, diz a dermatologista.
Caso algo dê errado e a unha fique mais fraca, fina ou quebradiça, o ideal é procurar um dermatologista, que pode indicar fórmulas tópicas e orais, principalmente com silício Exsynutriment, para fortalecimento das unhas. “Muitas vezes o material se descola juntamente com as unhas, deixando a lâmina mais fina e quebradiça. Os sinais que as bactérias apresentam nas unhas são pontos esverdeados. No caso dos fungos, pontos amarelados e pretos. Sempre que aparecerem estes sintomas deve-se retirar o material, mas nunca sozinha para evitar maiores danos às unhas. Procure sempre por um profissional habilitado”, afirma a Dra. Kédima Nassif. Para recuperar as unhas, é necessário deixá-las curtas e ficar no mínimo 6 meses sem reaplicar o produto, além de seguir a orientação médica.
FONTE: DRA. KÉDIMA NASSIF: Dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo. www.kedimanassif.com.br
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