Sociedades médicas alertam para risco de postergar atendimento em busca de tratamento no exterior

                Três sociedades de especialidades médicas lançaram alerta sobre o grave risco que certas crianças correm por ficarem sem tratamento, enquanto os pais, mal informados, fazem longas campanhas em busca de recursos para levarem os filhos para serem operados nos Estados Unidos ou outros países mais desenvolvidos.

A questão é que deformidades congênitas, isto é, problemas de má formação com os quais as crianças podem nascer, usualmente recomendam tratamento precoce, pois o prognóstico da operação tardia não é tão favorável. Acontece, porém, que com certa frequência surgem campanhas principalmente pela Internet de pais desesperados que dizem precisar de grandes quantias para levar o filho para um hospital no exterior, sob alegação de que no Brasil não se faz a cirurgia necessária.

Ainda no mês passado a mídia divulgou o caso de uma criança com hemimelia fibular cujos pais gastaram R$ 650.000,00 para operá-la nos Estados Unidos, cirurgia que dezenas de hospitais realizam no Brasil.

Em nota conjunta recém-divulgada  a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT, a Associação Brasileira de Reconstrução e Alongamento Ósseo e a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica alertaram que a reparação da  hemimelia fibular e das demais deformações congênitas são operações de rotina, inclusive para o SUS e tanto os protocolos internacionais do restante do mundo são seguidos no Brasil, onde a infraestrutura e os materiais disponíveis nos países mais desenvolvidos também estão disponíveis.

Os porta-vozes das três especialidades médicas lembram que em todos os grandes congressos internacionais médicos brasileiros são convidados para troca de experiências sobre os mais diversos temas e casos ligados a problemas de deformações congênitas devido, justamente, à qualificação e à resolubilidade dos procedimentos realizados no País e se colocam à disposição para darem toda orientação necessária em situações como essa.

Para facilitar o acesso dos pais de crianças com problemas sejam congênitos, sejam adquiridos, as sociedades de especialidade mantém sites com a relação de profissionais habilitados e portadores de título de especialista listados por nomes, pelos Estados e pelas cidades em que trabalham. Os especialistas concluem lembrando mais uma vez que a demorada busca de recursos para tratamento no exterior frequentemente leva à postergação do tratamento adequado e eventualmente até da janela temporal durante a qual ele seria mais eficaz.