A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – lembra que a hipertensão é um dos principais fatores de risco para as doenças do coração. Segundo a entidade, 36 milhões de adultos brasileiros têm pressão alta. Entre os idosos a hipertensão atinge 60%. A doença é responsável, direta ou indiretamente, por metade das mortes por doenças cardiovasculares, cerca de 200 mil óbitos todos os anos.
A hipertensão não tratada está associada a eventos como morte súbita, acidente vascular cerebral (derrame), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e doença renal crônica. “Nos casos de Covid-19, o hipertenso não controlado, tem complicações maiores e maior mortalidade, conforme relatos e estudos internacionais”, explica o presidente da SOCESP, João Fernando Monteiro Ferreira.
Nas últimas três décadas, houve uma diminuição da incidência da hipertensão no Brasil de 36,1% para 31% da população adulta, conforme uma meta-análise contemplando 40 estudos científicos nacionais e publicados na 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Para o presidente da SOCESP, se houvesse uma adesão em massa, onde todos os brasileiros controlassem a sua pressão arterial, teríamos um salto significativo na redução de mortes por doenças cardiovasculares. “Provavelmente atingiríamos a meta da Organização Mundial da Saúde em reduzir em 25% os óbitos até 2.025”, destaca o cardiologista.
“Durante a pandemia de Coronavírus, os hipertensos merecem uma atenção especial. Eles devem tanto evitar o contágio pelo vírus, medida baseada principalmente no isolamento social, como manter os cuidados habituais para o controle da pressão arterial. E aqui me refiro ao uso regular de medicamentos, dieta equilibrada e prática de exercícios”, ressalta o assessor Científico da SOCESP, Flávio Borelli.
O cardiologista orienta que uma alimentação balanceada, com baixo consumo de sal, também é crucial. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo recomenda até 5 gramas de sal por dia, ou uma colher de chá. “É o limite de consumo, sem esquecer que o sal está presente em boa parte dos alimentos processados, como massas e temperos industrializados, facilmente encontrados na mesa dos brasileiros, mas que deveriam ser evitados”, alerta o cardiologista. Além do sal, os fatores de risco para hipertensão arterial são a idade, excesso de peso e obesidade, ingestão de álcool, sedentarismo, fatores socioeconômicos e genéticos.
A SOCESP promove, ao longo da semana, uma campanha virtual com postagens diárias em seu site voltado ao público em geral e nas mídias sócias. Os textos trazem orientações sobre a importância dos exercícios físicos, como controlar a doença, quais os riscos, destaca que a hipertensão não apresenta sintomas e quais são os parâmetros da pressão arterial.