*Por Dr. Bayard Galvão
Medo é a disposição psíquica de se afastar de alguma dor, auxiliando no viver. Fobia é quando o medo perdeu a função da saudável cautela e se tornou um problema para a vida; como um remédio – que, na dose certa, traz saúde. Já na dose errada pode matar.
A pandemia do respectivo vírus disparou quatro medos ou fobias: a própria morte, a morte de quem ama, uma eventual culpa por ter infectado ou não ter feito o suficiente para evitar que alguém contraísse o vírus e os efeitos econômicos de toda a situação atual. Além das dores disparadas acima, soma-se o desconforto de alguns por ficarem confinados em casa.
Sobre a taxa de superação da doença para quem a contraiu, segundo o Centro de Controle de Doenças Chinês, temos os seguintes números:
– 100% de probabilidade se tiver até 9 anos de idade;
– 99.8% de probabilidade se tiver de 10 a 39 anos de idade;
– 99.6% de probabilidade se tiver de 40 a 49 anos de idade;
– 98.7% de probabilidade se tiver de 50 a 59 anos de idade;
– 96.4% de probabilidade se tiver de 60 a 69 anos de idade;
– 92% de probabilidade se tiver de 70 a 79 anos de idade;
– 85.2% se tiver mais de 80 anos de idade.
Então, os números afirmam que a probabilidade esmagadora é que eu e você, assim como quem amamos, viveremos muito mais do que o vírus.
Em termos de eventuais culpas por podermos infectar alguém, valendo comentar que temos, relativamente, pouco controle sobre isso, podemos adotar as medidas recomendadas pelos órgãos de saúde: mantermos a distância das pessoas, limparmos as nossas mãos e sermos ainda mais cautelosos se precisarmos ter contato com pessoas mais vulneráveis à doença. Mas é só. Muito das culpas que temos nas nossas vidas vêm do fato de acharmos que temos mais controle sobre a vida do que, de fato, temos.
No que se refere aos aspectos financeiros, sim, muitas pessoas estão tendo grandes perdas e, infelizmente, muitos podem não conseguir levar adiante seus negócios e empregos. Contudo, somos brasileiros e não estamos acostumados a prolongadas e leves seguranças econômicas. Não somos feitos de cristal e, venha o que vier, novamente, nos reergueremos! Vamos priorizar a nossa saúde física e mental, e, o que vier em seguida, poderá ser resolvido depois e não acredito que será novidade alguma para o nosso país.
Ah… E aqui vai uma observação: é preciso cuidar com muitas notícias, pois grandes mídias ganham muito dinheiro em momentos de doenças, terrores, medos, violências e afins. Portanto, elas tendem a focar mais nisso do que em saúde, boas notícias e curas, facilitando a impressão de uma catástrofe de proporções “hollywoodianas”.
Portanto, medo sim, mas cautela, paciência e dedicação é o que evitará uma série de problemas desnecessários.
*Dr. Bayard Galvão é Psicólogo Clínico formado pela PUC-SP, Hipnoterapeuta e Palestrante. Especialista em Psicoterapia Breve, Hipnoterapia e Psiconcologia, Bayard é autor de cinco livros, criador do conceito de Hipnoterapia Educativa e Presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo. Ministra palestras, treinamentos e atendimentos individuais utilizando esses conceitos. www.institutobayardgalvao.
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