Hack pelo Futuro anuncia vencedores com melhores soluções para o PR pós-Covid-19

Projetos nas áreas de saúde e de agricultura conquistaram as três primeiras posições. Próximo passo agora é acelerar propostas para colocá-las em prática.

 

Um sistema de liberação de entradas mediante higienização das mãos, um aplicativo de controle de medicação para pacientes de doenças crônicas e um ambiente virtual para negócios de pequenos agricultores. Nessa ordem, estas foram as três primeiras colocadas do Hack pelo Futuro – um hackathon online organizado no Paraná e realizado durante as últimas semanas. O objetivo foi o de propor soluções em tecnologias da informação para a crise decorrente da pandemia de covid-19.

Ao todo, foram oito dias de hackathon, envolvendo 800 participantes e 230 mentores, distribuídos em 124 equipes, que se dedicaram ao desenvolvimento dos projetos. No final do hackathon, 66 equipes conseguiram concluir os desafios. O “top 10” dessas soluções e, entre elas, as três vencedoras do Hack pelo Futuro, foram anunciados em conferência virtual (webinar) ocorrida na noite desta segunda-feira, 4 de maio. Os representantes dos três projetos ganhadores foram entrevistados depois do anúncio.

PROJETO “NOTA 10”

Transbordando de surpresa e alegria, a estudante de Medicina Isadora Busto Silva, do projeto vencedor – denominado “Nota 10” – afirmou que participar do Hack pelo Futuro foi mais do que um aprendizado técnico. “Foi uma experiência de vida”. A solução consiste na instalação de recipientes com álcool gel conectados a uma tecnologia de liberação de portas. Para entrar em um recinto, a porta só se abre quando a pessoa utiliza o recipiente para a limpeza das mãos.

Um protótipo já funciona no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde Isadora estuda, e foi desenvolvido por sua equipe. A estudante contou que a ideia partiu de uma conversa com a mãe. “É um projeto voltado a empresas em geral”, sublinhou, destacando ainda que a solução, além de prevenção em saúde, reverte-se em menores gastos com tratamentos de doenças evitáveis com hábitos básicos de higiene.

FARMÁCIA

O segundo colocado foi um projeto também relacionado à área de saúde. O “Farmácia Já” foi pensando para ser utilizado sobretudo por pacientes de doenças crônicas, que dependem de medicamentos de uso contínuo.

A estudante de Farmácia Ana Maria de Melo, representando a equipe, explicou que o intuito é enfrentar a falta de adesão de pacientes ao tratamento. O aplicativo envia notificações lembrando do horário para se medicar, e rastreia farmácias mais próximas e com menores preços no mercado. Ana Maria contou que nunca tinha participado de um hackathon. “Foi gratificante, uma experiência desafiadora.”

AGRICULTURA

“Aprendizado” foi como o representante do projeto terceiro colocado, Rafael Duarte de Salvi, resumiu sua participação e a da equipe no Hack pelo Futuro. O “AgroSimples”, nome dado à solução desenvolvida, é uma marketplace – plataforma na internet para comércio de bens e serviços.

A solução desenvolvida no hackathon é direcionada a pequenos produtores de hortifrúti. Por meio desse ambiente virtual, são feitas negociações de vendas, e também pagamentos. É uma forma de ampliar as possibilidades de negócios, com menores custos – e, no atual contexto de pandemia, garantindo ainda isolamento social. “Estou muito feliz”, não se conteve de satisfação Rafael Duarte.

POTENCIAL

O Hack pelo Futuro foi promovido pela Associação das Empresas de Tecnologias da Informação do Paraná (Assespro-PR) em conjunto com o Governo do Estado e operação da startup Panic Lobster. Os três primeiros colocados ganharam, como prêmio, vaga para acelerar o projeto na Founder Institute – um dos apoiadores do hackathon online.

Para o presidente da Assespro-PR, Adriano Krzyuy, não apenas os três vencedores, como também os “top 10” e todos os demais projetos têm potencial para serem viabilizados. Na webinar de encerramento do Hack pelo Futuro, o dirigente colocou a Assespro-PR à disposição para auxiliar no que for possível. Observou, por exemplo, que a entidade é correspondente da Fomento Paraná – a agência do governo estadual de financiamento do setor produtivo.

“As portas da Assespro-PR estão abertas. E todos os projetos ficarão disponíveis no site do Hack pelo Futuro, para consulta. São soluções que podem ser colocadas em prática já”, salientou Adriano Krzyuy, que enalteceu ainda o envolvimento de todos os participantes. “Foi um evento de muito aprendizado. É a sociedade que ganha”.

O superintendente geral de Inovação do Governo do Paraná, Henrique Domakoski, assegurou que todas as ideias apresentadas no Hack pelo Futuro serão analisadas pelo poder público estadual. “Vivemos um momento de quebra de paradigmas. A melhor forma para enfrentar esse momento é construir. E essa foi a pegada desse hackathon. O desafio agora é buscar investidores para colocar as ideias em prática.”

PARTICIPAÇÕES

O Hack pelo Futuro foi lançado em 16 de abril. As atividades concentraram-se entre 24 de abril e 1º de maio. Participaram estudantes, acadêmicos e profissionais do mercado, não só do Paraná como de outras partes do Brasil, de países da Europa, da América Latina, além dos Estados Unidos e Canadá.

As equipes ficaram encarregadas de pensar, propor e desenvolver soluções em quatro áreas: Saúde, Sociedade, Economia e Cultura. Segundo Tiago Gavassi, CEO e fundador da Panic Lobster, o hackathon online abriu as portas para revelar grandes talentos e plantar a semente do empreendedorismo como alternativa nessa crise atual. “Pelo menos 80% do times nunca tinha participado de um hackathon e a experiência foi incrível. Apresentamos a metodologia de lean startup de uma forma muito clara e prática, para ajudá-los a tirar a ideia do papel, criar um protótipo rápido e ir para o mercado validar a solução criada. Eles tiveram que pensar e desenvolver rapidamente um produto ou serviço que trará impacto para a sociedade, um aprendizado que eles utilizaram no hackathon mas que também levarão para dentro de suas empresas e outros projetos”, finaliza Gavassi.

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