O ciclo de reuniões regionais promovido pela Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde – ABRAIDI terminou com o encontro das associadas do Paraná, no dia 18 de junho. Participaram o presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, o diretor executivo, Bruno Bezerra, e o diretor técnico, Sérgio Madeira.
Depois da apresentação das ações realizadas pela Associação por Bruno Bezerra, os executivos relataram grande preocupação com os próximos meses de atividades no estado. No Paraná o número de contaminações da Covid-19 está crescendo e as UTIs estão lotadas, o que afasta os poucos pacientes com cirurgias agendadas. Uma associada teve todas das 18 cirurgias eletivas de um único dia canceladas. A redução média de faturamento é de 65% e 70%. No interior, segundo os representantes das empresas, o problema é menor e alguns procedimentos eletivos estão acontecendo.
Questionados sobre atrasos ou falta de pagamento por parte das operadoras de saúde, os associados responderam que os problemas são poucos. Houve relato de até um ano para o faturamento de determinados produtos, mas a maioria está sobrevivendo com os recebimentos das cirurgias realizadas antes da pandemia, que estão sendo honrados. Bruno Bezerra ressaltou que essa é uma realidade bem diferente do restante do país. “A ABRAIDI nunca tomou atitudes tão radicais contra retenção de faturamento”, afirmou o diretor executivo. O presidente Sérgio Rocha reforçou que os planos de saúde não perderam vidas, portanto tiveram os caixas aumentados. “Essa falta de pagamento não se justifica e, sem fluxo de caixa, muitas empresas vão fechar”.
Os distribuidores e importadores paranaenses mostraram preocupação com o impacto do dólar no preço dos produtos e a dificuldade em repassar esse prejuízo para os planos de saúde. “Sabemos que esta também é uma situação insustentável. Desde dezembro a moeda americana valorizou 50%. A ABRAIDI vem trabalhando desde abril para aprovar no Congresso uma medida para que o dólar considerado nas importações seja o de 31 de dezembro de 2019”, contou Bruno Bezerra.
Os associados responderam uma pesquisa durante o encontro sobre questões logísticas. 86% têm enfrentado problemas; 14% perceberam um aumento no custo do transporte de produtos para a saúde que varia de 70% a 100%; 14% estão pagando entre 50% e 69% mais caro; e 36% tiveram elevação de 30% a 49% nos custos.
A exigência de etiquetas de rastreabilidade para implantes não permanentes também foi tema da reunião. O diretor técnico, Sérgio Madeira, afirmou que a Associação está negociando com a Anvisa e que vai buscar uma regulação de nível internacional. “A ABRAIDI faz parte da Coalizão Interamericana para Convergência Regulatória do Setor de Dispositivos Médicos e vamos levar esse tema para discussão. Contem conosco nessa briga. Podemos fazer cartas, reuniões, só não podemos aceitar as condições que eles querem determinar”, frisou Sérgio Madeira.
Antes de encerrar, o presidente da ABRAIDI colocou mais uma vez a entidade a disposição dos associados. “A partir da retomada das cirurgias eletivas, acredito que serão necessários uns seis meses para a situação se normalizar. Se a economia do Brasil ajudar, até abril e maio do ano que vem estaríamos de volta ao patamar de antes da pandemia, no início de 2020. Contem conosco para as várias batalhas até lá”, finalizou Sérgio Rocha.