Terapia é recomendada para vítimas de infarto, pacientes submetidos a intervenções coronárias percutâneas, cirurgias valvares, cirurgias para cardiopatias congênitas, transplante cardíaco, portadores de insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, diabéticos, hipertensos, pneumopatas e nefropatas crônicos
No Brasil e em outros países, a utilização de modelos de Reabilitação Cardiovascular (DCV) tem crescido nos últimos anos, por proporcionarem significativas reduções da morbimortalidade cardiovascular e de outras doenças, diminuir taxas de hospitalização e ganho de qualidade de vida aos pacientes. E durante a pandemia da Covid-19, quando as pessoas evitam ao máximo sair de casa, a Reabilitação Cardiovascular Domiciliar (DCVD) se tornou ainda mais importante. O tema é um dos destaques do Congresso Virtual da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), um dos maiores eventos anuais da especialidade do hemisfério sul, entre os dias 29 de junho e 02 de julho.
A nova Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular, que acaba de ser concluída, será apresentada por um dos autores das recomendações, o cardiologista Carlos Alberto Cordeiro Hossri, que vai trazer novas abordagens foram feitas no processo de reabilitação de pacientes com doenças arteriais periféricas (DAOP), além de outras cardiopatias como as valvopatias e miocardiopatias (em especial na cardiopatia hipertrófica) e também em portadores de dispositivos cardíacos (marcapasso, desfibriladores e implantáveis).
Estima-se que o gasto público com internações hospitalares e consultas relacionadas a doenças cardiovasculares seja superior a 5 bilhões de reais e o gasto por afastamentos temporários ou permanentes superior a 380 milhões de reais, no Brasil. Em um país onde quase 50% dos gastos com saúde são financiados pelo governo, o impacto econômico da aplicação da Reabilitação Cardiovascular, que é um modelo de baixo custo, seria gigante. “Em coronariopatas estáveis, a RCV é uma estratégia que, em termos de custo-efetividade, supera, com larga margem, procedimentos amplamente utilizados no país, tais como a intervenção coronariana percutânea (ICP). Além disso, sua utilização em maior escala proporcionaria redução nos gastos com saúde, em decorrência da diminuição de novos eventos cardiovasculares, reinternações hospitalares e tratamentos intervencionistas”, destaca a Diretriz.
Carlos Alberto Cordeiro Hossri explica que o principal objetivo da RCV com ênfase nos exercícios físicos é propiciar uma melhora dos componentes da aptidão física, tanto aeróbico quanto não aeróbicos (força/potência muscular, flexibilidade, equilíbrio). “A combinação de diferentes modalidades de treinamento para que o objetivo seja alcançado deve ser definida por uma equipe multiprofissional habitualmente composta por médicos, educadores físicos, fisioterapeutas e profissionais de enfermagem (em caso de internação)”, afirma o palestrante.
Para quem está em casa, o cardiologista recomenda que a reabilitação seja orientada e acompanhada também pelos profissionais do serviço de RCV. “As indicações e os objetivos da RCVD são os mesmos do modelo convencional, exigindo os mesmos cuidados em relação à avaliação pré-participação e à prescrição de exercícios. A maioria das sessões é realizada sob supervisão indireta, mas a participação em algumas sessões presenciais, especialmente no início do programa, é de fundamental importância para consolidar o aprendizado das orientações sobre a prescrição e esclarecer dúvidas. Neste sentido, a telemedicina pode ser bastante útil”, finaliza.
Serviço:
Congresso Virtual de Cardiologia SOCESP
Tema: Principais recomendações da nova diretriz de reabilitação cardíaca
Palestrante: Carlos Alberto Cordeiro Hossri
Data: 30 de junho de 2020
Horário: 20h40 às 20h50
Informações e Inscrições: www.socesp.org.br/congressovirtual