
O teste molecular, PCR, atualmente em uso, analisa o swab do nariz e garganta e o resultado tem 100% de precisão, explica o CEO da Seegene. O problema é que como o material coletado incluiu bactérias, células do organismo, químicos do meio de transporte e mesmo outros vírus, até agora é preciso fazer um procedimento demorado para purificar a amostra, a ‘extração’. Só depois a amostra é testada para identificar a presença do próprio vírus e não dos anticorpos, como os testes rápidos. Essa ‘extração’ só pode ser feita em laboratórios devidamente equipados, que no Brasil são poucos e com capacidade limitada.
Para Guilherme Ambar, “o gargalo da carência de laboratórios, hoje concentrados em poucos Estados, é que está dificultando a testagem em massa recomendada pela OMS”, apesar do Ministério da Saúde ter adquirido só da Seegene Brazil, que o especialista representa, 10 milhões de unidades.
Com o teste de nova geração, Allplex SARS-CoV-2 Assay, é feita uma única reação para se obter o resultado. Ele identifica 4 genes-alvo (RdRP, S e N específicos para o SARS-CoV-2 e E para todos os Sarbecovírus, incluindo SARS-CoV-2), sem necessidade da etapa de extração.
Outras vantagens do novo teste são a capacidade de detectar o vírus mesmo em amostras com baixa carga viral, isto é, de pessoas cujo organismo tem pouco vírus, redução do custo do processamento em quase 50%, do tempo para conseguir o resultado e da possibilidade de ser processado mesmo em pequenos laboratórios.
Dada à urgência da testagem em massa, agora que há risco efetivo de novas ‘ondas’ de contaminação em vários Estados, as equipes dos laboratórios são treinadas e capacitadas in loco para processar os novos testes.