- Frente a uma suspeita de um câncer de pele, a recomendação é procurar um dermatologista, tomando os cuidados necessários para minimizar os riscos de contágio com o novo coronavírus. A demora na identificação da lesão e o tratamento tardio podem agravar o problema;
- Dados do Instituto Nacional do Câncer informam que o câncer de pele corresponde a 27% de todos os tumores malignos diagnosticados no país;
- A prevenção deve começar ainda na infância. A exposição exagerada ao sol pode gerar envelhecimento de pele e lesões que podem evoluir para o câncer. Filtro solar, chapéus, óculos de sol e roupas com proteção UV são úteis para a proteção de crianças e adultos.
Aquele sinal que ‘apareceu’ de repente no braço, no rosto ou em alguma outra parte do corpo pode indicar algo que precisa ser observado com atenção. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país. Por isso, a atenção a qualquer lesão suspeita no corpo é essencial em qualquer idade.
Mas em tempos de pandemia, há quem olhe para uma pinta ou uma pequena mancha e prefira esperar passar esse momento de segunda onda – ou a confirmação de uma vacina eficiente – para agendar sua consulta. A recomendação do doutor Roberto Tarlé, dermatologista do Hospital INC, de Curitiba, é definitiva, considerando, evidentemente, todos os cuidados necessários para minimizar risco da infecção do novo coronavírus: a qualquer sinal de lesão suspeita, procure atendimento médico.
Como existem tipos diversos de câncer de pele, dos menos agressivos aos mais perigosos, a decisão se o tratamento precisa iniciar imediatamente, se é caso cirúrgico ou se pode aguardar um momento mais seguro para cuidados mais atentos, depende do comportamento biológico da lesão.
“Se o câncer for de crescimento muito lento em uma área de baixo risco, que não vai trazer agravamento do quadro, posso esperar um momento melhor para a cirurgia”, explica o doutor Tarlé. “Se estamos lidando com um câncer agressivo, de crescimento rápido ou mesmo lesões que não sejam grandes, o tempo para o início do tratamento pode fazer diferença na chance de cura. Sendo assim, é importante começar a tratar o quanto antes, porque a evolução da doença pode oferecer risco maior do que a própria ”, alerta o especialista.
O risco de deixar para depois da pandemia
Desde o início da pandemia da infecção pelo SARS-Cov-2, clínicas, consultórios médicos e unidades públicas de atendimento (UPAs) devem seguir protocolos de segurança para evitar ocontágio da doença – como o limite de pessoas em locais fechados, a obrigatoriedade do uso de máscara para pacientes e funcionários, o distanciamento entre as pessoas e o emprego de álcool gel.
Assim, é fundamental que qualquer sinal ou lesão suspeita seja observada por um especialista. A telemedicina pode ajudar, já que existe, dentro da dermatologia, a possibilidade de registrar a imagem,mas esta pode ajudar se for feita em uma qualidade aceitável, fotos de baixa definição e fora de foco não permitem boa avaliação. O risco na telemedicina é o de uma imagem imprecisa por conta de uma conexão mais lenta ou de um equipamento inadequado – celular ou computador –levar ao erro diagnóstico, na consulta além do aspecto visual avaliamos outras características da lesão com palpação e exame de corpo inteiro.
“Temos observado pacientes que não vêm imediatamente para a consulta ao detectar uma lesão; quando vêm, a lesão já está maior”, informa. O especialista cita um caso de um paciente com suspeita de melanoma, o mais grave dos tipos de câncer de pele, que preferiu evitar consultas durante o período da pandemia, adiando seu contato com o médico, o problema se confirmou e tratava-se de lesão em fase mais avançada, com menor chance de cura. “A análise da lesão e do tratamento a ser adotado precisa ser feito de forma crítica e breve em muitos casos; não pode ser uma decisão única, a discussão com o seu médico é importante”, alerta.
Tarlé lembra ainda que, dependendo da extensão do câncer, muitos procedimentos cirúrgicos podem ser realizados no próprio consultório, sem a necessidade de deslocamento para uma unidade hospitalar ou internação. Por isso, em tempos de pandemia, é importante conhecer primeiro a extensão da lesão, a agressividade do câncer, para só então tomar a decisão adequada.
Prevenção
O passo anterior é a prevenção! E ela precisa começar ainda na infância. A exposição ao sol ainda na primeira etapa da vida pode gerar tanto o envelhecimento da pele quanto o surgimento posterior de uma lesão mais grave. Assim, é fundamental a utilização de protetor solar para as crianças, que normalmente costumam passar horas sob o sol. Óculos de sol e roupas com proteção UV, bonés e chapéus também podem ajudar. Se possível, evitar exposição solar entre 9h e 15h, e utilizar filtro solar com FPS igual ou acima de 30, e reaplicar a cada duas horas, ou sempre que houver contato com a água.
Já os que desejam repor ou aumentar a dose de vitamina D, poucos minutos de sol em um horário mais adequado e que não atinjam o rosto podem ser suficientes. Outra possibilidade é a suplementação via oral, ideal para quem já enfrentou o problema ou tem histórico de câncer de pele na família. Pessoas com histórico na família, pintas pelo corpo em quantidades acima do normal ou ainda pacientes imunossuprimidos – nos quais o uso de algum medicamento (imunossupressor, por exemplo) causa diminuição da vigilância imunológica contra neoplasias – transplantados precisam de um cuidado ainda maior com a pele e, se possível, avaliação constante de um dermatologista, antes e depois do transplante.
O câncer de pele
Provocado pelo crescimento anormal de células da pele, pode se manifestar de formas diferentes. Os mais comuns, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, são carcinoma baselular e carcinoma espinocelular, ou câncer de não melanoma. Apresentam percentuais altos de cura se diagnosticados e tratados de forma precoce. Já o melanoma, ainda que não seja o mais comum, é o mais agressivo e de maior letalidade. A boa notícia é que se descoberto no início, registra acima de 90% de chance de cura.
Carcinoma basocelular
Mais frequente, corresponde a 70% dos casos. Normalmente são lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas, que crescem lentamente e podem sangrar.
Carcinoma espinocelular
Segundo tipo mais comum, responde por cerca de 20% dos casos. São lesos verrucosas ou feridas que não cicatrizam durando mais de seis semanas. Podem causar dor e também sangramentos. Juntos, os carcinomas somam 177 mil novos casos por ano no Brasil.
Melanoma
Ainda que sejam só 10% dos casos, são os mais graves. Podem provocar metástase de forma rápida (espalhar para outros órgãos do corpo humano) e levar à morte. Costumam ser pintas ou manchas escuras, que crescem e podem mudar de cor e formato. Também podem sangrar. O melanoma soma 8,4 mil novos casos anualmente.
Sobre o Hospital INC
O Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) é uma instituição hospitalar referência no atendimento de pacientes neurocirúrgicos, neurológicos e cardiológicos de alta complexidade. Possui o centro neurocirúrgico mais tecnológico do Brasil e é pioneiro na América Latina a obter tecnologias como GammaKnife – cirurgia cerebral sem corte, e o primeiro a utilizar a ressonância magnética intraoperatória no país. O INC conta com um corpo clínico composto por mais de 300 profissionais responsáveis pelo atendimento de pacientes de todo o Brasil e diversos países da América Latina, em neurologia, neurocirurgia, cardiologia e cirurgia cardíaca, além de outras áreas tais como oncologia, otorrino, dermatologia, cirurgia digestiva, ortopedia, dentre outras.
O Hospital INC conta com um serviço de profissionais voltados ao diagnóstico e tratamento do câncer de pele, composto por dermatologistas, cirurgiões oncológicos, dermatopatologistas e oftalmologista. Conta com cirurgia micrográfica de Mohs, métodos diagnósticos com mapeamento corporal e dermatoscopia e especialistas no tratamento do melanoma e tumores mais raros, sendo um centro de referência no tratamento do câncer de pele.