É verdade que a pílula engorda? Quais as vantagens do uso do anel vaginal? E do preservativo feminino? As respostas já a seguir.
É normal ter dúvidas sobre métodos contraceptivos, afinal para cada mulher há um método provavelmente adequado e outro que, em contrapartida, causará alguns danos. Para esclarecer as principais questões sobre os métodos contraceptivos e seus efeitos indesejados, convidamos a Dra. Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica Gru Saúde:
A pílula engorda? “Em relação ao peso, se a mulher mantiver o mesmo estilo de vida, ele não se altera, podendo, no entanto, haver algumas oscilações nos primeiros meses que normalizam ao fim de um ano. O mais importante, nesse caso, é manter uma alimentação adequada”, afirma a médica
A pílula faz bem à acne? Existem alguns benefícios além de evitar a gestação e um deles é o tratamento da acne. “O tratamento da acne com anticoncepcionais pode ser feito em mulheres, uma vez que estes medicamentos ajudam no controle de hormônios, como os andrógenos, diminuindo a oleosidade da pele e a formação de espinhas. O efeito na pele é observado entre 3 e 6 meses de uso contínuo da pílula”, afirma a Dra. Elosa Pinho.
A pílula deve ser ingerida sempre no mesmo horário? Sim, sempre no mesmo horário e de modo diário. “O melhor horário é estabelecido pela paciente, de acordo com sua rotina, mas todo dia ela deve tomar no mesmo horário. Não pode ser esquecido. Uma vez esquecido já pode acontecer um escape ovulatório e a paciente engravidar, mesmo sendo um ou dois dias. Dependendo do anticoncepcional, como os mais novos do mercado, por exemplo o Qlaira, ele não pode ser esquecido nem atrasar, porque pode acontecer de engravidar”, afirma a médica.
Quais as vantagens do uso do anel vaginal e do adesivo? Tal como a pílula, estes métodos são constituídos por dois hormônios, estrogênios e progesterona. “A diferença é a forma como são absorvidos. A pílula é de ingestão diária e é absorvida no tubo digestivo. O adesivo é colocado na pele e é de absorção transdérmica (coloca-se um por semana e faz-se uma de intervalo). O anel vaginal é introduzido na vagina (um por mês) e tem uma absorção através da mucosa vaginal. São importantes para mulheres com doenças do tubo digestivo ou do intestino e com determinados estilos de vida (por exemplo, viajam muito ou trabalham por turnos)”, afirma a médica.
Os métodos de longa duração trazem benefícios? “São muito eficazes porque não dependem da utilização diária da mulher e, portanto, diminuem muito o número de gestações não planejadas. Existem as injeções, os dispositivos intrauterinos (uns liberam cobre, outros hormônios) e os implantes. A vantagem é não haver necessidade da ingestão diária, sendo muito útil para mulheres com problemas de adesão aos outros métodos contraceptivos e para as que desejam uma contracepção eficaz e independente da sua utilização. Estes métodos só contêm progesterona, hormônio que inibe a ovulação, tal como na pílula tradicional. Como não têm estrogênios, podem ser utilizados pelas mulheres que possam ter contraindicação aos estrógenos, como é o caso das fumantes a partir dos 35 anos. O seu principal efeito adverso é a irregularidade da menstruação: pode haver ou não menstruação mensalmente ou haver irregularidades”, diz a médica. A idade não é contraindicação para nenhum método contraceptivo.
É verdade que as mulheres mais novas e sem filhos não devem usar o dispositivo intrauterino (DIU)? “Não, isso é um mito. O dispositivo intrauterino pode ser apenas difícil de colocar numa mulher sem filhos, mas é só isso. É mais uma das opções viáveis e seguras para qualquer mulher que não queira ou não possa utilizar outro método, para quem tenha, por exemplo, uma contraindicação para a utilização de hormônios e o seu uso não altera a fertilidade”, diz a médica.
O preservativo feminino é uma opção inteligente? “Sem dúvida. É um pouco mais caro que o preservativo masculino e não é muito atrativo, mas pode ser interessante, juntamente com o uso do preservativo masculino. Isto porque pode ser colocado antes da relação sexual e, além disso, protege contra as infeções de transmissão sexual”, finaliza a médica.
FONTE: *DRA. ELOISA PINHO: Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.